O velho e os moços
Inicia-se com um ponto (.)
Mero sinal gráfico.
É de um ponto ao outro
Que se conta a história.

Era uma vez um velho,
Adiantado de dias e de noites;
Não um desses velhos clichês
Que a tudo se lamentam.

Este era ou é, conforme o lapso de tempo,
Um que se gabava de seus muitos dias.
Como um avarento, que acumula moedas,
Juntou para si, na bonança, para regatear na escassez.

"Tenho dias!", dizia o velho, aos jovens transeuntes.
"Quem quer comprá-los?"
Não havendo quem lhe desse voga,
O velho pôs-se a amaldiçoar os moços.

"Desejo-lhes que se tornem tão velhos quanto eu!"
Gritava o velho.
No que os jovens refutavam:
"Amaldiçoa-nos, por isso não compramos teu produto;
Pois, deita-o de graça aos nossos pés."
Luiz Eduardo Ferreira
Enviado por Luiz Eduardo Ferreira em 31/05/2017
Reeditado em 02/09/2017
Código do texto: T6014828
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