DESILUSÃO

Silêncio em minha alma hoje vazia:

de um sonho bom, alegre, emocionado,

que traga um canto doce, acalentado

e que eu possa transformar em poesia.

Há um pranto, bem oculto, noite e dia,

que não deixa eu me esquecer: fui esquecido.

E não há por meu amor forte e sofrido:

um sentimento bom, só há ausência.

Eu me entreguei inteiro... que inocência!

Agora vivo assim: desiludido!

Se antes, houve em mim belo poema...

Existe hoje a dor da solidão,

se nesse amor busquei exatidão,

certeza pra minha vida, não dilema.

Quão enganado fui, por belo tema:

do amor eterno, amor correspondido,

que nunca poderia ser vencido,

que iria ser pra sempre, gigantesco.

Mas acordei do sonho novelesco...

E sofro agora assim: desiludido!

Meu canto arrefeceu, em demasia,

não há mais sintonia nem verdade.

É triste, muito triste a realidade...

não há mais sonho bom ou melodia.

Só há tamanha dor em sintonia,

com esse sentimento desmedido,

com essa amargura sem sentido...

que me entrega ao caos da solidão,

eu quero ter de novo em mim: canção...

mas vivo só e assim: desiludido!

Dete Reis

Ele é mestre eu aprendiz...

Grande poeta e cordelista Carlos Ayres.

Quando as agruras invadem o seu peito

Quando a dor se transfofma em tormento

Quando for grande demais o sofrimento

Quando invade-lhe a alma, a solidão

Quando pensar que está sem solução

Quando estiver em transe,em desespero

Quando um pedido a Deus for verdadeiro

Quando a fé invadir-lhe o coração

Quando com Deus realmente se encontrar

Verá que a paz em em si irá reinar

Quando humilde pedir e der perdão.

Carlos Ayres

Dete Acioli
Enviado por Dete Acioli em 03/10/2008
Reeditado em 15/02/2011
Código do texto: T1208786
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