O ENTERRO DO PINGUÇO

O ENTERRO DO PINGUÇO

ESCRITO POR: ROBERTO RIBEIRO (ROBERTO SALES)

10 /10 /2008

No mês de junho passado

Foi relatado um assunto,

Sobre o velório do bêbado

Que transformou-se em “presunto”,

Contou-se coisas engraçadas

Que envolveu o defunto.

Foi relatado o velório

Como também o cortejo,

Sofrido pelos amigos

Cumprindo o ultimo desejo,

Do velho bêbado sem vida

Da cara de percevejo.

E prosseguindo o cortejo

Chegou o fim do caminho,

Seu endereço escolhido

Pra enterrar o bebinho,

E muita coisa acontece

Neste tão curto tempinho.

Em fim chegava o caixão

Á porta do cemitério,

Foi incumbida a rezar

A filha do Zé Lutério,

O velho terço e rosário

Sem esquecer um mistério.

O velho portão abriu-se

Pra dar passagem o defunto,

Seguiu com todo cortejo

Sem desviar do assunto,

A ladainha é cantada

E todos respondem bem junto.

No meio da reza um barulho,

Desconcentrando a galera,

Era o Geraldo de Dora

Com sua velha paquera,

Escorregou no barranco

Caindo junto com ela.

Até ai tudo bem!

Nada de mais acontece,

Levantam logo do chão

E a galera o esquece,

Mais outro grito é ouvido

Outra pessoa padece.

Era Chiquinha Portela

Uma velhinha dengosa,

Sem espiar para frente

Botou um pé numa cova,

E enterro-se ao meio

Pois a covinha era nova.

Correu dois bêbados apressado

Pra socorrer a velhinha,

E esqueceram a altura

Que separava a Chiquinha,

Ficaram os três atolados

No meio daquela covinha,

Mais três sujeitos correram

Pra socorrer os amigos,

E a tragédia começa

Se transformando em perigo,

Foram enganchados na cerca

Deixando os três bem sofrido.

Mas tudo se harmoniza

E vai voltando ao compasso,

Com exceção do caixão

Que foi levado no braço,

Pois despencou, foi ao chão,

Deixando a tampa em falso.

Ao ser levado pra cova

Uma das alças se arranca,

Virando assim o caixão

E desprendendo da tampa,

Foi despejando o defunto

Junto da base da rampa.

Êta! Agonia danada

Pra ajeitar o defunto,

Pois os dois pés se abriram

Não quis ficar os dois junto,

Teve risada e piadas

Dentro do triste assunto.

E foi assim o enterro!

Desse caneiro sem rumo,

Desculpe algum pé-quebrado

Peço desculpa e assumo

Pois não escrevo faz tempo

Nem mesmo assim pra consumo.

Escrito e postado por: Roberto Sales (Roberto Ribeiro)