MÃE, NEM DEUS VAI TE PERDOAR!...
Vou contar a minha historia
Pra que sirva de lição.
Se você não usa drogas
Por favor preste atenção.
Não caia nessa esparrela
Fique sempre longe dela
Se quiser ser cidadão.
Usuário eu não sou
E nunca pretendo ser.
Minha mãe é quem consome,
Dinheiro não pode ver.
Com a pedra tudo gasta
E se não der logo um basta
Ela cedo vai morrer.
Pra não ter comparação
meu nome não vou falar
Pra evitar humilhação
E vergonha não passar.
pois eu já sofri bastante
quero ao menos um instante
Na paz sozinho ficar.
Quando eu tinha cinco anos
Comecei a perceber
Coisa estranha lá em casa
Começaram acontecer.
Tinha algo muito errado
Eu não estava preparado
Para tudo entender.
Tenho dois irmão menores
Que eu amo de paixão.
Uma coisa me encucava
Pois eu não entendia não.
Cada um tinha um pai
E da cabeça não sai
Essa grande confusão.
O meu pai de vez em quando,
A mim vinha visitar.
Eu ficava muito alegre,
Pois mostrava me amar.
Trazia ele um presente
E pra me deixar contente
Me levava a passear!
Ja os pais dos meus irmãos
Demoravam a aparecer.
Perguntando a minha mãe,
Não queria responder.
Por que somos diferentes?
Por que falam mal da gente?
Eu queria entender...
Do assunto ela fugia
E o tempo foi pasasando.
Hoje tenho treze anos
E a história estou contando.
Minha mãe é viviada
Minha vida é uma piada
Não estou mais aguentando.
Eu me lembro que lá em casa
Para nós nada Faltava.
A comida era boa,
MInha mãe não trabalhava.
Nossos pais davam pensão
Não havia confusão
E fome ninguém passava.
Mas um dia apareceu,
Essa tal droga maldita.
Mudou tanto a nossa vida,
Você não me acredita...
Vai dizer que é conversa
Que mentira grande é essa
Essa história não repita!
Mas garanto ser verdade
Tudo que eu vou contar.
Não preciso que acredite,
Basta só me escutar.
Logo, logo vou morrer
Não consigo mais viver
Ninguém pode me ajudar.
Começou com uns amigos
Que minha mãe dizia ter.
Toda noite lea saía
E eu ficava sem saber
O que tava ela fazendo
O que está acontecendo?
Eu queria entender!
Sempre que ela saia,
Não tinha hora pra voltar.
Eu ficava acordado
Mas cansava de esperar.
Muito triste eu deitava
E chorando eu pensava:
Quando vai isso acabar?
O humor da minha mãe
Com o tempo foi mudando.
Nos batia sem motivo
E falava só gritando.
Eram tantas as mudanças
E nervosas nós crianças
Sem entender fomos ficando...
O dinheiro das pensões,
Logo desaparecia.
Começou faltar as coisas
E comida ninguém via.
A tal droga ela comprava
Com a pensão ela pagava
E o dinheiro assim sumia.
Quando faltava a comida,
Para nós ela dizia:
Vão pra casa de alguém!
Com vergonha a gente ia.
Mas nem sempre funcionava
E a gente então ficava
Com uma fome que doía.
Na semana a escola,
Era a nossa salvação
Lá a gente merendava
Não passava fome não.
Quando aula não havia
Era triste o nosso dia
Me doía o coração.
Quando não tinha dinheiro,
Ela se descabelava.
Começou vender as coisas,
Sem a droga não ficava.
E o tempo foi passando
E as coisas piorando,
Mais e mais ela afundava...
Vendeu roupas e sapatos,
Depois o ventilador.
O sofá vendeu também
Por um pequeno valor.
Quase nada escapou
Pouca coisa lá sobrou.
Isso deu-me grande dor.
Não mais tendo o que vender,
Empenhou a televisão.
Eu chorei o dia todo
Mas não houve salvação.
A TV alguém levou
Nem a mesa lá ficou
Já não tinha mais função.
A energia foi cortada
Por falta de pagamento.
Nós ficamos no escuro
E aumentou o sofrimento.
Minha mãe nem se importou
Minha raiva aumentou
Não esqueço esse momento...
A minha mãe não mais fazia
A limpeza la de casa.
Eu lavava e cozinhava
enquanto ela só dormia.
A angústia me invadiu
Alegria nunca existiu
Se podesse eu morreria.
Perdeu o cheiro de mãe,
Para os filhos não ligava.
Perdeu o gosto pela vida
Pouco banho ela tomava.
Impotente eu me sentia
Nossas vidas se esvaía
Só a droga é que importava.
Levar homens lá pra casa,
Foi a maneira que encontrou,
Pra ganhar algum dinheiro.
Com mais nada se importou.
Gente entrava e saía
Tudo isso a gente via
E de vez ela afundou!
Para ela a idade,
Pouco ou nada impotava.
Se tivesse algum dinheiro,
Ela logo convidava:
Vamos logo lá pra cama
De gostosa tenho a fama
E no Quarto se trancava...
Até mesmo a meus amigos
Ela se oferecia.
Colegas de doze anos,
Para a cama com ela ía.
De vergonha eu chorava
Mas de nada adiantava
Fazia ela o que queria.
De um monte de apelidos,
começaram a nos chamar.
Olha o filho da trepilda!
Filho da esconde cobra!
Quando eu meto nada sobra!
Tua mãe vai me chupar!
A vergonha era grande...
Isso me entristecia.
Os insultos aumentavam
Minha raiva só crescia.
Mas o que eu não esperava
Nem sequer imaginava,
Breve aconteceria.
Minha mãe tava devendo
Muita grana ao traficante,
Que lá em casa apareceu
Muito Bravo e arrogante.
Para mim ficou olhando
E eu comigo só pensando
Mas que homem irritante!
Perguntou a minha idade
Eo meu nome quis saber.
Minha mãe me apresentou
com um falso bem querer.
Fiquei muito preocupado
Tinha algo muito errado
Isso eu pude perceber.
Chamou ele a minha mãe
Para um canto conversar.
Não ouvi o que falavam
Não queria nenm pensa.
Algo sei tavam tramando
E baixinho conversando
Minha vida iam mudar...
Logo que ele se foi,
Minha mãe se entristeceu.
Me chamando lá pro quarto,
Disse escuta filho meu:
Nós estamos sem dinheiro
Precisamos de um parceiro,
E esse amigo apareceu!
Essa noite ele vai vir
E os amigos vai trazer.
Vai comprar muita comida,
Até churrasco vai ter!
Tem também uma cervejinha
Pra tomar bem geladinha
Com o churrasco que comer!
O quintal vamos varrer
A casa vamos limpar
Tudo tem que estar direito
Antes da noite chegar.
E se tudo correr bem
Muita grana ele tem
E também vai nos pagar!
Eram quase oito horas
Quando enfim eles chegaram.
Fiquei só observando
Quando a mesa eles montaram.
E um mal Pressentimento
Eu senti nesse momento.
Vi que me observavam.
Prepararam o churrasco,
começaram a beber.
Com o som alto tocando,
Logo eu pude perceber:
Quase todos eram gays
Só escapavam dois ou três
Longa a noite ia ser...
Ao chegar a meia-noite,
Minha mãe me procurou.
Me deu um refrigerante
E baixinho ela falou:
Tá na hora de deitar
Pra cansado não ficar!
E na zorra ela ficou...
Ao tomar o refrigerante,
Sonolento eu fiquei.
Ao chegar na minha cama,
Algo errado eu notei.
Uma estranha sensação
Invadiu o meu coração
De repente eu apaguei!
Acordei no outro dia
Com a cabeça latejando.
Os olhos tavam embaraçados
E a boca amargando.
Ao tentar me levantar,
Senti o quarto rodar
E tudo desmoranando!
Chamei então a minha mãe
Disse a ela estou doente.
Ela estava meio estranha
Não me olhava de frente.
Foi a carne que fez mal,
Ela tinha muito sal
E fez mal a muita gente...
Eu passei mais algum tempo
Pra poder me levantar.
Quando enfim me levantei,
Quase não consigo andar.
Senti eu uma dor estranha
Juro que não era manha
E o pior eu vou contar!
Ao andar senti meu ânus
Tava muito dolorido...
Sem saber o que era aquilo
Nem o que tinha sucedido,
Fui então tomar um banho
Na certeza que algo estranho
A mim tinha acontecido!
Quando tirei a cueca,
Fiquei muito assustado!
Tava manchada de sangue,
Que por mim foi derramado.
Eu fiquei sem reação
Mas já tinha a noção:
Por alguém fui abusado...
Ao olhar para o meu pênis,
Vi que tava avermelhado.
De algo muito pegajoso
Vi que tava ele melado.
Coisa ruim aconteceu
O meu peito estremeceu
E fiquei eu arrazado...
Chamei pela minha mãe
E pedi esplicação.
Ela então muito nervosa
Disse não sei nada não...
É melhor ficar calado!
Vamos sofrer um bocado
Se arranjarmos confusão...
Me senti muito humilhado...
Não podia acreditar,
Minha mãe tramou aquilo,
Fiquei muito envergonhado...
Foi então que decidi
Pro meu pai então pedi
Com você quero morar.
Hoje moro com o meu pai
Mas não posso esquecer.
Todo mal que me fizeram
Não podia acontecer.
Pra ninguém nada contei
Tô sofrendo só eu sei
Pior não podia ser...
Estou muito magoado...
É difícil suportar!
Ter a vida destruida
Sem nenhuma droga usar.
Eu preciso de ajuda
Por favor alguém me acuda
Ou então vou me matar!
Tive a infância destruida
Isso nunca vai mudar...
Falo agora pra minha mãe
Sem ter medo de pecar:
O que você fez comigo,
Sem remorso eu te digo,
NEM DEUS VAI TE PERDOAR!...