POEMA FÚNEBRE
POEMA FÚNEBRE
Iran Di Valença
Sou um idoso
Ainda estou vivo,
Mas passei o limite de vivendo
Para o período de morrendo.
E mesmo querendo viver
Não estaria podendo
Porque a idade não faz por menos
E os contratempos do viver,
Como ferrugem, vai-nos correndo,
Transformando o idoso num velho
Só querendo não está vivendo
Porque a decrepitude não faz por menos.
Contudo da decrepitude gargalharei
Porque estou certo dela não me pegar.
Dela sempre fugirei vivendo vivo
E da velhice irei zombar,
Portando o lábaro do otimismo
Até a amiga morte me convidar,
Até porque tal convite não se tem
Como recusar. KKKK