Sou tocador de cantigas
           nas cordas do coração

Eu canto o amor inocente,
o amor mais puro e mais casto
que descortino no vasto
dos horizontes da mente.
Canto dor e amor somente,
sementes da solidão
que resguardo na amplidão
do querer que me persiga.
Sou tocador de cantiga
nas cordas do coração .

Se cantando a voz me falha
é que a saudade pressente
o pranto na voz silente
e o meu canto atrapalha.
Mas se o pranto um canto valha,
o canto é todo emoção
e vence a voz da razão
quando à razão desobriga.
Sou tocador de cantiga
nas cordas do coração.

Do pranto faço acalanto
ao canto de minhas dores,
aos desejados amores
nas dores que tanto canto.
Por isso que canto tanto
pois meu pranto é doação
ao canto de uma canção
quando uma dor me castiga.
Sou tocador de cantiga
nas cordas do coração.

Que o hoje não me acovarde
porque o ontem passou
e do nada começou
o tempo que se fez tarde.
Se no meu peito ainda arde
o querer de uma paixão,
mesmo morta essa ilusão
a morte nunca me intriga.
Sou tocador de cantiga
nas cordas do coração .

Odir, de passagem

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E lendo as suas sortidas,
vou fazendo meu refrão,
das cordas do cuore, então,
aproveitando as batidas.
Não havendo despedidas,
silente a minha emoção,
veio a minha inspiração.
Ao peito dando razão,
digo da minha alegria
que provocou a poesia
das cordas do meu coração,

Elenzinha passando pelo Cordel de Odir.