Nº 25 - Rotina de Sertanejo é Chá de Felicidade

Um caboclo verdadeiro

Não pode esquentar a cama

Levanta de madrugada

Dá um beijo em sua dama

Apaga a lamparina

Se mete pela campina

Porque o dever lhe chama

Todo dia é esse drama

Antes do sol clarear

No escuro vai seguindo

Não para de aboiar

Quando entra no cercado

Ouve o mugido do gado

Contente por lhe avistar

Ele insiste em chamar

Cada rês pelo seu nome

Que reconhece o chamado

Parece entender o homem

Com certa facilidade

E vem matar a saudade

Depois de matar a fome

Enquanto a noite some

Confere cada animal

E seguem pela vereda

Aberta no matagal

A barra já vai quebrando

E o gado vai chegando

Na porteira do curral

Avista atrás do varal

A sua cabocla Rita

Varrendo o pó do terreiro

Com seu vestido de chita

Descalça e descabelada

Nunca viu nessas paradas

Uma mulher tão bonita

Abrindo a porteira, grita:

Rita vem cá me ajudar

Fique botando bezerro

Que o leite eu vou tirar

Pode botar o primeiro

Ela obedece ao vaqueiro

Feliz a cantarolar

Bordada, Jequitibá

Saia Branca, Coração

Estrela, Moça Bonita

Chama com muita emoção

Quando o dia amanhece

Um raio de sol aquece

Cada canto do sertão

Vai colocar a ração

Para alimentar o gado

Torta, farelo de trigo

Capim de corte picado

Coloca sal na cocheira

E remédio na bicheira

Só aí põe no cercado

Depois do gado tratado

Vai para a desnatadeira

Pega o tambor e um pano

Que lhe serve de peneira

Como tudo é manual

Faz do serviço braçal

Motivo de brincadeira

Rita, sua companheira

Vai preparar o café

Enquanto ele faz o queijo

Fuma um cigarro boré

Assobiando um forró

Espiando o mocotó

De Rita, sua mulher

Caro visitante, este cordel é publicado parcialemtne em virtude de estar sendo comercilizado em vários pontos de dustribuição. Obrigado e volte sempre.

Heliodoro Morais
Enviado por Heliodoro Morais em 20/07/2009
Código do texto: T1710268