*PROFANAÇÃO HUMANA

A natureza vendou os olhos
Numa genética silenciosa
A semente seguiu os abrolhos
Tateou a tormenta silenciosa
Pediu espaço abram o refolho?
Para infiltrar na luta briosa

Não vieram os braços á lida
Nem as pernas, a bomba cortou
No útero materno, ah, desdita
Restou a mente que frutificou
Que fazer na Hiroshima finda
Fez da educação abrigo, louvor

Hiroshima e Nagasaki, inocentes
Berço de um drama de “deuses”
As nuvens bailando sorridentes
Na continuidade de semideuses
Aos menores um olhar clemente
Em vão os gritos soam latentes

Na nuvem de fumaça uma rosa
Descolorida sem brilho na tela
Carimbada na história, na prosa
Nos versos que ecoa na janela
Guarda na lembrança dolorosa
A ausência do colorido, aquarela
                                           sonianogueira

Obs. Na segunda estrofe uma criança
nasceu sem os membros superiores
e inferiores, mas não lesionada a mente
tornou-se uma professora de universidade

Mote da poesia *On-line*



Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 06/08/2009
Reeditado em 06/08/2009
Código do texto: T1739502
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