LENDAS BRASILEIRAS: O SACI PERERÊ
Vou falar de uma lenda
Do folclore brasileiro
É a lenda do saci pererê
Um moleque bem faceiro
Que adora fazer susto
Escondido no terreiro
O saci pererê habita
Nas matas, nas florestas
Mesmo só tendo uma perna
Ele adora fazer festas
Ele faz travessuras
E eu aparo as arestas
Pra defender nossa cultura
Eu faço argüição
O Saci é um moleque do bem
Ele tem bom coração
Não faz nada por maldade
É só por danação
O saci possui a cor
Do meu Brasil guerreiro
Surgiu das tribos de índios
Do sudeste brasileiro
Mas ele sofreu influência
Que veio do estrangeiro
Usando de muito charme
Ele faz aparição
Fumando seu cachimbo
Faz fumaça de montão
Esquece que o fumo
Não faz bem ao pulmão
Mas com toda traquinagem
Eu adoro esse negrinho
Com o seu gorro vermelho
Vai deixando no caminho
Um rastro de travessuras
Por ele tenho carinho
Quem me apresentou o saci
Foi o Monteiro Lobato
Que em suas histórias
Ele foi muito sensato
Resgatando nossas lendas
Tinha visão de fato
O saci representava
Tudo que eu queria ser
Apesar de ser menina
Queria com ele aprender
Aprender a ser esperta
Para o medo desaparecer
Eu via o saci
Em minha televisão
Nos episódios do Sítio
Eu senti muita emoção
Foram momentos felizes
Que não tem comparação
Eu sorria muito
Com a sua molecagem
Estava sempre aprontando
Não perdia a viagem
Porém não demorava
Estava só de passagem
Tem muitas travessuras
Que ele gosta de fazer
Atormenta as pessoas
Para fazê-las esquecer
Deixar o feijão queimar
E depois desaparecer
Nos redemoinhos
Você o pode encontrar
E pra poder pegá-lo
É só uma peneira jogar
Prendê-lo numa garrafa
E o seu gorro tirar
É só assim que o saci
Não faz nenhum desatino
É um jeito de parar
As astúcias do menino
Que já nasceu teimoso
Mas que é biscoito fino
Nasce em broto de bambu
Esse menino travesso
Ele é muito peralta
Eu me lembro, não esqueço
Ele é dissimulado
E parece ser avesso
A vida dos sacis
Muito pode durar
Por mais de setenta anos
Ele pode assustar
Mas dentro da garrafa
Ele vai definhar
Se alguém tirar o seu gorro
Ele perde o seu poder
A alegria do saci
É desordem promover
É um menino levado
Não gosta de obedecer