ENTARDECERES DE OUTONO

Entardeceres de outono,

velhas cortinas do medo,

baixem as guardas do tempo

e revelem o segredo

pra voltar a ser criança,

embebedar de esperança

e ver no mundo um brinquedo.

Reforce a trava da noite,

não deixe a tarde morrer

e que as chuvas outonais

plantem novo amanhecer,

abram portas para o sol,

que o brilho desse arrebol

revigore o meu viver.

Entardeceres de outono,

aproveite esse lampejo,

ouça a voz do meu suspiro,

pois grita em mim um desejo,

me cega a força do vento

e meu corpo em movimento

faz que eu sinta o que não vejo.

Entardeceres de outono,

pequenos olhos escuros,

queimem as asas do tempo

ou façam pequenos furos,

mas deixem o sol passar,

eu preciso extravasar

e romper esses meus muros.

Dáguima Verônica de Oliveira
Enviado por Dáguima Verônica de Oliveira em 05/04/2010
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