ALMA DE PALHAÇO

Meu palhaço de memória

tem a cor da poesia,

no sabor de uma saudade

vou bebendo a nostalgia...

O sorriso vem ligeiro

e como um amor primeiro

o meu peito se extasia.

O meu pai punha seu lenço

sobre a velha arquibancada,

minha roupa era novinha,

não podia ser lavada:

sete dias de alegria

com o palhaço “Arrelia”

espalhando a gargalhada.

Quem carrega essa saudade

monta um circo em seu espaço:

Na corda bamba da vida

arranca a sorte no laço,

afoga a dor em seu riso

e num golpe bem preciso

se transforma num palhaço.

Quem tem alma de criança

faz tudo valer a pena.

Com pureza de palhaço

ganha Deus em sua arena,

traz um riso verdadeiro

encantando o picadeiro

da felicidade plena.

Dáguima Verônica de Oliveira
Enviado por Dáguima Verônica de Oliveira em 05/06/2010
Código do texto: T2301924