O MATUTO NO CASAMENTO.

Zé Leitão era um sujeito,
Matuto de pai e mãe,
Admirava-se com tudo,
Um bobalhão sem tamanho,
Já avançado na idade,
Veio morar na cidade,
Onde tudo lhe era estranho.

Seu linguajar um desastre,
Falava todo enrolado,
Como não ouvia bem,
Entendia tudo errado,
Sair com Zé Leitão na rua,
Sofria uma vergonha crua,
Porem era uma cabra honrado.

Zé leitão um certo dia,
Assistiu um casamento,
De Antônio de oliveira,
Com Francisca Nascimento,
Na hora da cerimônia,
Quase matou de vergonha,
Quem estava nesse evento.

Zé Leitão na hora exata,
Que o padre perguntou,
Antônio aceitas Francisca,
O fiofó destampou,
Foi um estrondo medonho,
Que gritaram êta demônio,
Uma bomba estourou.

Foi aquele alvoroço,
Uma catinga infernal,
Tinha gente se abanando,
Doida pra se livrar do mal,
Zé Leitão estava sentado,
Deixou o banco impregnado,
De um amarelo mingau.

Menino pensa num fedor,
Que afastou os convidados,
Até o coitado do padre,
Ficou todo desquadrado,
Enquanto não terminava,
A carniça se espalhava,
Ficou tudo impregnado.

Na noite anterior,
A o tal de casamento,
Zé Leitão comeu um pato,
Ensopado com coentro,
O negocio a fermentou,
E o Zé não suportou,
O arrocho do fermento.

O padre disse amigos,
Não dá pra aguentar,
A coisa aqui tá demais,
Vou a tudo cancelar,
Pois o cara que fez isso,
Já tá podre eu admito,
Tem que levar pra enterrar.

Zé leitão então ouvindo,
A conversa do vigário,
Disse morto não senhor,
Eu só fiz o necessário,
Inté tentei segurar,
Mas sabe-se que não dá,
Caganeira sai no estalo.

A mãe da noiva gritava,
Parecendo uma ticaca,
A do noivo nem se fala,
Pulava igual macaca,
Outros tampavam o nariz,
E diziam esse infeliz,
Parece que comeu jaca.

Por fim então o levaram,
Pra beira de um riacho,
Encheram de detergente,
Tentando cessar o facho,
Zé Leitão dizia consigo,
Saibam disso meus amigos,
É merda de cabra macho.

E lá se foi Zé Leitão,
E na festa não voltou,
Foram pra outro salão,
E a festa continuou,
Zé Leitão deixou a marca,
Naquela igreja quem passa,
Sabe do que se passou.

Pra você que é acanhado,
Deixo aqui o meu recado,
Não haja como Zé Leitão,
Um matuto consagrado,
Seja em qualquer evento,
Casse um banheiro a tempo,
Pra não ser envergonhado.

11/09/2010.
CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 11/09/2010
Reeditado em 23/09/2010
Código do texto: T2492102
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