VIDA DE CACHACEIRO-02

Quero aqui mais uma vez,
Nesse humilde cordel,
Falar de um cidadão,
Que se apraz vivendo ao léu,
Que sorve triste desgraça,
Pois pra ele a cachaça,
Tem mesmo sabor de mel.

Deixar de ser cachaceiro,
É um conto de vigário,
Pois pra ele está bebendo,
É mesmo extraordinário,
Pedir, beber e cuspir,
Sentar, dormir e cair,
É o seu dicionário.

Na vida o cachaceiro,
Só se importa em beber,
É assim se esquenta o sol,
Assim é se vai chover,
Pra ele se faltar cachaça,
Toda a vida perde a graça,
Nem sabe o que fazer.

A vida de cachaceiro,
Desafia até a ciência,
Pesquisa e não descobre,
O porquê da insistência,
De viver sempre bebendo,
A vida inteira perdendo,
No vicio e imprudência.

O cachaceiro faz charme,
Movido pela branquinha,
Quando ver mulher bonita,
Se solta em fazer gracinha,
Começa a contar vantagens,
Enche-se de tanta coragem,
Que nem galo sem galinha.

Quando o dia amanhece,
O cachaceiro se apressa,
Pega a rumo do boteco,
Desistir? Não tem conversa,
Beber o que tiver na frente,
Mete a cara no aguardente,
Diz até que é promessa.

Pra beber o cachaceiro,
Enfrenta qualquer parada,
Seja em qualquer lugar,
E sem ter hora marcada,
Só beber é importante,
É um funil ambulante,
No consumo da marvada.

No vicio da tal bebida,
O cachaceiro se firma,
Seu sague é puro álcool,
O seu estado confirma,
Fica com a cara inchada,
O hálito é uma privada,
É mesmo uma fossa ativa.

O verdadeiro cachaceiro,
É um cara diferente,
Até mesmo sem dinheiro,
Ele está sempre contente,
Seu Hobe é encher a cara,
Mas porem vira uma arara,
Se lhe faltar o aguardente.

Deitar em banco de praça,
Pra ele é cama macia,
Se tiver com a cachaça,
Não ver noite e nem dia,
Pode tudo se acabar,
Virar de pernas pro ar,
Está sempre de cuca fria.

Triste sorte tem herdado,
O coitado cachaceiro,
Que vive o tempo bebendo,
Gastando todo o dinheiro,
Enquanto a esposa e os filhos,
É pra ele um empecilho,
A cachaça vem primeiro.

A mulher do cachaceiro,
Tem que ser bem paciente,
Pra aturar o sujeito,
Que está ébrio diariamente,
Ter estômago pra aguentar,
Um perfume de gambá,
Sujo, fétido e demente.

Quase todo o cachaceiro,
Fica de cara lambida,
Sem vergonha de pedir,
Um trago da tal bebida,
Inventa qualquer conversa,
É um bajulador sem pressa,
Passa o tempo nessa lida.

Nunca vi um cachaceiro,
Que andasse bem trajado,
É sempre igual mendigo,
Pelo vicio escravizado,
Sem animo e sem conceito,
E Perder de todos o respeito,
Se tornando um pé enxado.

Deixo aqui o meu conselho,
Pra quem gosta de beber,
Deixe essa vida amigo,
Der valor ao seu viver,
Não fique a se embriagar,
Estacionado num bar,
O infortúnio a sorver.

07/10/2010.
CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 07/10/2010
Reeditado em 12/10/2010
Código do texto: T2543767
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