Boto véi ninguém qué!

Airam Ribeiro

Comentário que deixei na sala da Mirah no cordel Vende-se um Boto

Isturdia ele min xamô

Pra ôtras minina visitá

Eu dixi isso nun sinhô

Nun é manera de cumportá

A minina de Juiz de Fora

Te espera a toda hora

Pruquê qui ocê nun vai lá?

Todo mêi inciumado

Min falô quagi xorano

Cum nóis ta terminado

Ela gosta do Dilermano

Um minero qui apariceu

De min ela iscafedeu

Já tô fora dos seus plano.

Dixi a ele mas Pedrin

Nun percisa ficá xorano

Toda minera é ancim

Entra ano e sai ano

Cê já é um boto sem água

Nun percisa ficá cum mágua

A fila cuntinua andano.

Fui filiz cum ela um dia

Como ela gostava de mim

Inté qui se foi as aligria

Ocê a ganhô nos palitim

Eu fiz aquela bobêra

Nunca min sisquici da minera

As coisa da vida é ancim!

Ocê gosta da Framelo

E ela do Dilermano

Eu fico aqui no regonguélo

E sem rumo fico andano

Eu amei a Mira um dia

Nun tenho mais aligria

De tristeza vévi o baiano.

Ela disse qui tu é safado

Feiz u’a rifa e é divéra

Ocê tenha muitio coidado

Pruquê ela ta u’a fera

E cê sabe, Boto véi ninguém qué

Se afirma cum essa muié

E vorta as coisa como era.

Airam Ribeiro
Enviado por Airam Ribeiro em 21/12/2010
Código do texto: T2683926
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