Nun sô valente não, é só quando min irrito!

Dô rastêra em furacão

Já fui na lua de moto

Dei u’a surra no cão

E já parei um maremoto

O tisuname nun vêiu cá

Cum medo de mincrontá

No mêi de um terremoto.

O meu café da manhã

Eu adoço é cum pimenta

A fama aqui de Airam

É qui no brazêro ele senta

Foi nun rabo de um cometa

Qui visitei oito planeta

Em mil novecentos e oitenta.

Ajudei prendê lampião

Ali no norte da Bahia

Botei ele no caixão

E min cazei com sua Maria

Foi na guerra do Iraque

Qui comandei os ataque

No mêi das infantaria.

Brabeza aqui nun izéste

Sô manso e nun min gano

Min xama cabra da peste

Só pruquê infrentei os cigano

Foi na guerra de canudo

Qui acabei cum aquilo tudo

Nas proeza dum baiano.

Mais eu digo prancê

Qui ocê é meu amigo

Fique tronquilo ocê

Pois minha casa é seu abrigo

Tu é meu amigo do coração

Se tu morrê faço questão

De te interrá no jazigo.

Quando eu vô ali no bar

Bebo é litro de caxaça

Um garrafão eu vô tomá

Só pra nun vê arruaça

Agora vô falá cuma é qui é

Sò nos braço duma muié

É qui esse valente perde a graça.

Airam Ribeiro
Enviado por Airam Ribeiro em 28/12/2010
Código do texto: T2695901
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