VPVN - Eu quiria vê us intelequituá era falá na língua caipirêis

VALE A PENA VÊ DE NOVO

Por Airam Ribeiro 17/10/06

Tem ora qui eu tô leno

Inbora qui suletrano

Mas num intendo nada

Ni algo qui fico oiano

É tanto intelequituá

A querê iscrivinhá

As nutiça qui tão falano!

Condo no papé tem figura

Inté qui fica mais mió

A gente fica só oiano

As cô numa ora só

Quem déra tivece istudo

Pra intendê aquilo tudo!

Ô Deus de mim tem dó!

Cuma fêis qui ieu nacêce

Logo ni uma paióça

Arrudiado de mato

I sem iscola na róça?

Pruquê num sô intelequituá

Dexano ieu inté ficá

Iguá burro de carroça?

Pruquê uns tem sorti

De tê mutia sabiduria

Qui iscreve tão bunito

Cum sua calilgrafia?

As palavra difici usa

Qui inté as vêis se abusa

De nóis quais todo dia.

Pruquê o Sinhô num dexô

Só o dialeto caipirês

Pra cabá a umilhação

Ancim logo de vêis

Axo qui é bem mais mió

O Sinhô di nóis tê dó

E cabá cum o purtuguês.

Eli é mutio cumplicado

Pra nóis aqui du sertão

No caipirêis a gente aprende

Num tem cumpricação!

Mai esse aí purtuguês

Eu só digo pra ancêis

Isso é linguage du cão.

Si falamo antonse

Elis diz qui é intão

Se agente fala cú

Elis diz qui é palavrão

Anus é de calendáro

Elis nos faiz de otáro

Ancim num intendo não!

As manga lá da roça

Agenti num pódi xupá

Essa é di capim

Diz us intelequituá

Inté a mandioca na fêra

Tão xamano de macaxêra

Elis vão mi indoidiá!

Pruquê tem iscola

Pru rico i pro pobre não?

Pruquê o solo do rico

O pobre xama de xão

Se fôsse tudo caipirêis

Agaranto pra ocêis

Qui us dois vevia mais bão.

e-mail airamribeiro@gmail.com

Airam Ribeiro
Enviado por Airam Ribeiro em 28/12/2010
Reeditado em 28/12/2010
Código do texto: T2696613
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