UMA INSPIRAÇÃO MATINAL
Meu coração do poeta, é uma fonte de saudade
Por ter muita lembrança, fui para minha cidade
Onde num pequeno hotel, tive a hospitalidade.
Solicitei uma estada, por horas determinadas
Pois só queria recordar, das antigas madrugadas
Que junto aos companheiros, fazíamos as serenatas.
Foi assim que naquela noite, ao acordar do meu sono
Tive logo um pensamento, que seria meio insano
Levantar de minha cama, para executar um plano.
As horas estavam avançadas, mas longe da alvorada
Levantei-me ainda com sono, com uma idéia arranjada
De andar pela região, pra fazer uma jornada.
Para o lado das serras, eu formei o meu destino
Lembrando de outras eras, de quando eu era menino
Eram as mesmas montanhas, em que eu fizera arrimos.
As estrelas cintilavam, no Universo disposto
Eu caminhava depressa, tendo naquilo bom gosto
Numa daquelas serras, eu faria logo um posto!
Gastei umas duas horas, pra na primeira chegar
Talvez seriam umas quatro, quando me pus a galgar
Numas trilhas para o alto, para ver o sol raiar!
Pela falta de costume, fiquei um tanto cansado
Mas por fim eu consegui, chegar num ponto alado
Onde avistei uma pedra, pra nela ficar sentado.
O dia amanhecia, com o sol em esplendor
Os seus raios fulgurantes, aos olhos eram um primor
Pois pareciam estradas, pra levar-me ao Criador!
Fiquei horas a admirar, a natureza acordando
No alto de uma serra; tudo, tudo observando
Com meus olhos e ouvidos, e meu ser investigando.
Se olhasse para a esquerda, eu só via maravilhas
Se fosse para a direita, não faltavam anomalias
Era pela luz solar, que tudo acontecia!
Só desci daquela serra, depois de horas a fio
Lá em baixo à distância, eu contemplava um rio
Tendo lindas corredeiras, como prata em pavios!
Já os sons que meus ouvidos, percebiam no momento
Havia o cantar de pássaros, no mais belo entoamento,
Com cigarras despertando, num lindo entrelaçamento!
Admirei a natureza, como dádiva divina
Meu coração se alegrava, por ter tido aquela sina
No alto de uma montanha, com ar puro e bom clima!
As horas ali passaram, até sem mesmo eu notar
Ao sul eu avistava, o arraial despertar
Com as suas chaminés, fumaças a espalhar!
Fiquei até o meio do dia, fazendo anotação
De tudo que eu percebia, naquela contemplação
Um mundo de maravilha, de Deus nobre criação!
Para não estender muito, este poema trivial
Vou encerrando aqui, tendo porém o ideal
De publicar no Recanto, como escrita matinal!