A PRINCESA DORALIC E A ARCA DA CONSUMAÇÃO

Existem horas que acredito

Que existe mesmo encarnação

Que já vivi em outros tempos

Entre reis, princesas e dragão

Guerreiros, magos e monstros

De esfriar o coração

Pois quando começo a escrever

Para desse assunto falar

Minha mente me transporta

Daqui para outro lugar

Fazendo-me ver um mundo

Que jamais posso explicar

E é nessa conjunção

Que narro sobre o que não conheço

No entanto é como se eu tivesse

Morando no mesmo endereço

Junto a todas essas fantasias

Que no mundo existe desde o começo

Por isso com a mente aberta

Mais uma história vou contar

Falando de um mundo de magia

Desses de fazer sonhar

A cidade de Abalon

Próximo de onde o céu encontra o mar

Abalon era conhecida

Como a capital da magia

Porque de ano em ano um tornei

Na cidade acontecia

Para descobrir quem era

O príncipe da bruxaria

O vencedor do torneio era coroado

Como mandava a tradição

E de um poder subumano

Tornava-se o guardião

Subjugado apenas ao poder maior

O da Arca da Consumação

A Arca da Consumação

Como a caixa era chamada

Onde o poder de muitos bruxos

Um dia nela foi confinada

Por um mago poderoso

Ela era bem guardada

Ninguém nunca havia provado

O poder de tanta magia

Pois somente um coração bondoso

A Arca não corrompia

Pois com a força da bondade

A força do mal não podia

E um anel especial

Tinha o poder de comandar

A magia da Arca da Consumação

Para trancar ou destrancar

Como uma chave secreta

De idade milenar

O guardião do anel

A cada século era severamente escolhido

Pois a ele era dado o poder

Que se fosse corrompido

Acabaria com aquele reino

Deixando tudo destruído

O Santuário onde a Arca da Consumação

Severamente era guardada

Ficava em uma caverna

Numa montanha encantada

Com um largo portão de ouro

Encrustrado de esmeralda

O portão era uma boca

Com dois olhos de brilhantes

Dos quais saiam raios de fogo

Com um teor muito quente

Que aquele que fosse atingido

Queimaria no mesmo instante

Somente o poder do anel

Que teria que ser verdadeiro

Aliado a algumas palavras

Concedia ao feiticeiro

O acesso ao interior da caverna

Da Arca o paradeiro

Durante séculos e séculos

Tentaram sem sucesso se apossar

Do poder daquela Arca da consumação

Para em benéfico próprio usar

No entanto como lenha

Em fogueiras foram se queimar

Mas o mal que é muito astuto

E um exímio enganador

Encontraria uma forma

De usar a seu favor

A princesa filha do rei

E daquele reino o senhor

Mas vamos voltar ao início

Dessa nossa narração

E falar da família real

Da corte daquela nação

Contra a qual fora tramada

Uma grande conspiração

O rei Leôncio Pompilho

Era um homem exemplar

Casado com a rainha Otavia

Uma mulher espetacular

Pai da princesa Doralice

Um anjo naquele lugar

Doralice era um anjo

De eterna formosura

Com os olhos de cristais

Que brilhavam em noite escura

A boca de uma flor de lis

E a áurea de eterna candura

Com os cabelos cor de ouro

Que pelas costas lhe descia

Parecia a estrela d’alva

Quando pra alguém sorria

Mas com um coração rebelde

A pobre moça sofria

O rei lhe dava conselhos

Tentando fazê-la entender

Que no mundo a maldade

Vem nos obrigando fazer

Coisas que somente no fim

E vamos nos arrepender

Sua mãe a rainha Otávio

Que tinha de santo o coração

Dizia também para a filha

Pra prestar mais atenção

Com quem iria se meter

Pra não em com confusão

Mas Doralice pensava

Que o mundo a ela pertencia

E Quando seus pais lhe falavam

Poucas palavras ela ouvia

E no mundo de loucas emoções

Mais e mais ela se metia

O torneio da magia de Abalon

Estava sendo preparado

Como mandava o figurino

Dentro de todos os cuidados

Para a eleição do novo mago

Do ano daquele reinado

No entanto uma trama

Estava sendo bem montado

Para que um velho feiticeiro

Ganhasse aquela parada

E por um tempo no palácio

Fizesse a sua morada

Em outra parte do reino

Um certo senhor vivia

Trabalhando para educar o filho

Da forma que ele podia

E esse certo senhor

Também entendia de magia

E foi quem ajudou a trancar

Na arca aquela maldição

E sabia muito bem o que era

A Arca da Consumação

E para o filho nunca havia dado sobre ela

Nem se quer uma opinião

O senhor Francisco Arlindo

Que alguns segredos escondia

Ensinou muitas coisas ao filho

Mas não tudo o que sabia

Pois tinha medo que ele

Fizesse o que ele como pai não queria

Cerrano aos 18 anos

Era um forte rapagão

Corajoso e muito esperto

De um enorme coração

E em casa com o pai

Tinha uma indagação

Em um quarto bem trancado

Algumas coisas seu pai guardava

E quando Cerrano falava sobre elas

O senhor Francisco desconversava

E com aquelas suas desculpas

O rapaz mais se encucava

Até que chegou o dia

Do tal torneio começar

O reino inteiro estava presente

Para o novo mago do reino conhecer

No entanto uma surpresa

Aquele povo iria ter

Pois quem ganhou o torneio

Foi Admis o velho feiticeiro

Que era um sujeito ruim

Avarento e muito matreiro

Que dentre os outros participantes

Conseguiu ser o primeiro

O primeiro passo para a trama

Admis já havia dado

Como o novo mago do reino

O monstro foi coroado

E para receber o anel

Estava tudo preparado

Mas o anel que era a chave

Para a Arca da Consumação

Ele só iria receber

Após provar seu coração

Respondendo algumas perguntas

Feitas a ele em questão

Mas o feiticeiro Admis

Não podia esperar

Porque sabia que no teste

Ele não iria passar

Então encontrou um jeito

De aquele anel alguém roubar

O antigo guardião do anel

Era de bom coração

O único que poderia

Sem que houvesse questão

Entrar dentro da caverna

Da Arca da Consumação

E esse guardião da Arca

Da princesa Doralice gostava

E pelo seu coração bondoso

Nela ele acreditava

E essa confiança toda

Era o que o feiticeiro Admis precisava

Dentro do palácio a princesa

O feiticeiro Admis hipnotizou

E sem saber o que estava acontecendo

O anel a moça roubou

E nas mãos do feiticeiro malvado

O mesmo ela entregou

Porque ele com cuidado

Aproveitou de sua inocência

E lhe mostrando algumas mágicas

Ganhou a sua confiança

Para obrigá-la a praticar o mal

Que ele tinha como herança

De posse do anel sagrado

Admis obrigou a moça a entrar

No santuário sagrado

E a Arca destrancar

Soltar de lá o demônio

Para com aquele reino acabar

Quando o guardião deu por falta do anel

Ouviu da princesa o chororo

Ela disse fui eu quem roubei

Porque o feiticeiro Admis me obrigou

Fazendo-me abrir a Arca

De onde o demônio escapou

O mal que estava na Arca

Que era de pura magia

Era uma mistura de monstro

Que com fumaça se parecia

Por onde ele passava

Chifre queimado fedia

Daquela hora em diante

Começou a destruição

Porque aquele demônio

Era pura perversão

E o seu primeiro ato foi acabar

Com o feiticeiro embrulhão

Ao escapar de dentro da Arca

Ao feiticeiro ele perguntou

Se agora eu estou livre

Quem foi que me libertou

O feiticeiro lhe disse

Sou eu aqui o seu senhor

O demônio disse a ele

Sujeito rude e inocente

Eu não possuo senhor

Pois não tenho nenhuma semente

Experimente da minha maldade

Que é pra deixar de ser indecente

O demônio era tão prepotente

Que para o anel não ligou

Saiu espalhando sua maldade

Como um fogo abrasador

E foi pegar o guardião

E quem na arca lhe trancou

Enquanto isso no palácio

Estava aquela confusão

O rei e toda a sua corte

Procurando uma explicação

Como é que alguém poderia abrir

A Arca da Consumação

O rei foi até o santuário

E no chão o anel encontrou

O guardião estava morto

Que ao ver ele quase se assombrou

Foi quando uma voz sinistra

Dessa forma assim falou

Sou o demônio da arca

Que vocês chamam de Consumação

Que durante milhares de anos

A mim serviu de prisão

Agora por esse reino

Espalharei a destruição

Só há um humano nesse mundo

Que será capaz de me deter

Mas ele está muito velho

Para algo contra mim tentas fazer

E se acaso ele tentar

Irá se arrepender

Em sua casa o senhor Francisco Arlindo

Já sabia do acontecido

E por um desvio da sorte

Já estava prevenindo

Contra aquele demônio maldito

Que na arca estava apreendido

Então ele Chamou o filho

E disse preste muita atenção

O demônio escapou

Da arca da consumação

E pelo reino vai andar

Espalhando a destruição

Há muitos anos atrás

Lá eu ajudei ele aprisionar

E com sentido o guardião

Da arca deveria cuidar

Ele vira atrás de mim

Para tentar me matar

Se isso acontecer

Você deverá tomar a ação

E coloca-lo outra vez

Na Arca da Consumação

Ficando de posse do anel

Que tranca aquele portão

Cerrano lhe perguntou

Como deveria aquilo fazer

Ele disse nesse quarto está

E que até hoje escondi de você

Mas agora chegou à hora

De esse segredo você conhecer

Abriu a porta do quarto

E uma esfera de dentro tirou

Uma espada de cristal

Um amuleto em forma de flor

Uma varinha com uma estrela

E um liquido multicor

E disse para o rapaz

Se acaso ele me matar

Ele assumira o meu corpo

Para há você torturar

Esse liquido multicor

Basta no demônio jogar

Com essa espada de cristal

Você poderá se defender

Dos monstros que ele criar

Para lhe surpreender

Com a flor você selará a arca

E também o seu poder

Por fim com essa varinha

Você dará ao portão

A magia necessária

Para se tornar o guardião

Da caverna que iras guardar

A arca da consumação

Nem bem acabou de explicar

Lá o demônio chegou

Bradando como um louco

E logo o velho atacou

Mais foi surpreendido por Cerrano

Que dessa forma falou

Demônio infiel e maldito

Você se meteu com a pessoa errada

Prepare-se para encontrar seu fim

Porque você não é de nada

E na ponta da minha espada

Você perdeu essa parada

O demônio disse moleque

Você ainda nem parou de mamar

Como imagina vencer

Alguém com idade milenar

Um ser que é imortal

Impossível de se matar

Vou te fazer um agrado

Colocando-te para brincar

Com alguns dos meus pequenos monstros

Para sua perícia testar

Somente depois desse fato

A você eu vou matar

Na mesma hora o demônio criou

Dois monstros horripilantes

Um tinha a forma de um tigre

Com a cabeça gigante

Um ferrão na ponta da calda

E um olhar muito marcante

O outro era uma serpente

Com a cara de um leão

Com um bafo fedorento

Como o sopro de cão

Capaz de matar uma pessoa

Apenas com um simples empurrão

O demônio disse o Cerrano

Enquanto você vai treinando

As minhas gostosas maldade

Eu vou continuar praticando

E toda a essência desse reino

Nem compaixão nenhuma drenando

Cerrano com sua espada

Contra os monstros começou a brigar

Num espaço curto de tempo

Só se via sangue voar

E pedaços de monstros em tombadilho

Como bolas no chão a rolar

Acabada aquela luta

O demônio novamente apareceu

E disse para o rapaz

Quem vai te enfrentar sou eu

E antes de dez minutos

Você encontrará o que não perdeu

No mesmo instante o corpo

Do pai do rapaz o demônio assumiu

E com uma fúria insana

Em sua direção partiu

Cerrano jogou nele o líqüido

Que ele no ar explodiu

Com aquela explosão

O demônio voltou ao normal

Nessa hora Doralice

Trazendo consigo o anel

Colocou no dedo do rapaz

Desempenhando seu papel

Cerrano de posse do anel

Num frasco o monstro colocou

Porque o monstro em liquido

Ali mesmo se transformou

Ficando aprisionado

Provando do rapaz o valor

Então Cerrano foi para a caverna

Com a varinha em sua mão

Chegando lá disse as palavras mágicas

E na mesma ocasião

A caverna se abriu

Mostrando-lhe a Arca da Consumação

Cerrano na mesma hora

Dentro da arca depositou

O frasco com o liquido do monstro

E a arca ali trancou

Usando o poderoso anel que Doralice

No seu dedo colocou

Depois saiu da caverna

E novamente sua ação

Foi falar as palavras mágicas

Para trancar o portão

Deixando tudo sossegado

Sem mais nenhuma animação

No palácio o rei Francisco Arlindo

Disse você é corajoso

Deve ser o guardião

Desse segredo perigoso

Também o novo monarca

Por ser muito valoroso

Doralice disse eu concordo

Com essa indicação

Porque sei que mais ninguém

Aqui teria condição

De derrotar o demônio

E a sua perversão

E como sou a princesa

Desse nosso imenso reinado

Se o senhor me aceitar

Quero que seja o meu marido

Eu serei a sua esposa

Depois de todo o ocorrido

Pois reconheço sua coragem

E também sua dedicação

Reconheço também que és honrado

Nem de longe um fanfarrão

Um homem capaz de continuar

A regência da nossa nação

Cerrano disse a tempo

Por vossa majestade tenho amor

E se fiz tudo o que fiz

Pra provar o meu valor

Foi porque também amo meu pai

Que muito me ensinou

Ele foi um homem honrado

E de muita sabedoria

Muitas vezes eu quis fazer

Aquilo que não devia

Porém ele me aconselhou

A olhar a luz do dia

E se agora ele está morto

Foi para a nós todos salvar

Por isso como o guardião

Da arca vou me empenhar

A fazer tudo direito

Na sua vida a me espelhar

O corpo do pai de Cerrano

Tinha sido ocupado

Pelo monstro pavoroso

Que tinha no chão deixado

Apenas a sua capa

Que não inspirava cuidado

Então uma voz estridente

Gritou dentro do salão

Dizendo você provou meu filho

O seu lindo coração

Pegue a flor que te dei

E risque com ela o chão

Cerrano com a flor

Riscou o chão do salão

Nessa hora o seu pai

Como se fosse um balão

Inflou-se dentro da capa

No meio da multidão

Foi uma alegria tão imensa

Os dois ali se abraçaram

Doralice também chegou perto

Ela e Cerrano se beijaram

O rei disse aleluias

As coisas aqui se acertaram

Vamos fazer o casamento

Desses dois vasos sagrados

Ele será o novo monarca

Desse nosso imenso reinado

E ela a sua rainha

Com muitos serviços prestados

A festa de casamento

Uma semana durou

Depois o pai de Cerrano

Pra sua vila viajou

Ele ficou no palácio

Colhendo o que plantou

Mais uma história de coragem

Recheada de emoção

Eu acabei de escrever

Usando a minha inspiração

Para mostrar que o bem

Sempre será campeão

Cerrano e Doralice

Aprenderam que a rebeldia

É inimiga do amor

E amiga da magia

E pode transformar em noite

Até o sol do meio dia

Por isso quando um conselho

Os seus pais forem lhes dar

Prestem bastante atenção

Em tudo o que eles vão falar

Porque esse valioso conselho

Pode sua vida salvar.

Luiz Pereira
Enviado por Luiz Pereira em 29/01/2011
Código do texto: T2759852