NO LUAR DO MEU SERTÃO.

Como é lindo ver a lua,
Despontando atrás da mata,
E seus raios em cascatas,
Clareando nosso chão,
E o Bugio La na serra,
Esturra e estremece a terra,
No luar do meu sertão.

Como é linda a madrugada,
Na pequenina morada,
Vendo a lua prateada,
Desfazendo a escuridão,
Por entre copas frondosas,
Dessas matas majestosas,
No luar do meu sertão.

O cantar do curiango,
A chocar sob o relento,
Que a lua no firmamento,
Desperta com seu clarão,
Aconchegado ao seu ninho,
Canta humilde passarinho,
No luar do meu sertão.

Como é lindo ver a relva,
Toda cheia de orvalho,
Testemunha do trabalho,
Do autor da criação,
E as aves seresteiras,
Cantam na mata rasteira,
No luar do meu sertão.

Como é lindo olhar o Céu,
Pontilhado de estrelas,
Com a grande lua cheia,
Clareando a plantação,
Mostra o rancho de sapê,
E as lavouras de café,
No luar do meu sertão.

Como é lindo olhar rio,
Espelhando o luar,
Tranqüilo a deslizar,
A cortar a amplidão,
Espelho da natureza,
Encanta tanta beleza,
No luar do meu sertão.

É lindo poder ouvir,
O nambu de pé de serra,
Chorona dona da terra,
Nas moitas de urtigão,
Desperta em altas horas,
Caboclo soluça e chora,
No luar do meu sertão.

Nas noites de serenatas,
Como é lindo caminhar,
Em plena luz do luar,
Sentindo a inspiração,
De grupos de seresteiros,
Em cantatas no terreiro,
No luar do meu sertão.

23/03/2011.
CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 23/03/2011
Código do texto: T2866035
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