INTOLERÂNCIA COM OS IDOSOS

INTOLERÂNCIA COM OS IDOSOS

Sonia Barbosa Baptista

(Cordel)

É tão grande o desamor

Para os que já são idosos

Se comparados à flor

Pra família são formosos,

Mas se pobres e doentes

E têm a boca sem dentes

Passam a ser horrorosos...

Ficam jogados nos cantos

De um minúsculo quartinho

Retendo a custo seus prantos

Na esperança de carinho,

Quando saem pra passear

Não conseguem mais voltar

Esquecidos do caminho...

E os deixam lá, na cidade

Até quase o anoitecer

Só não fazem por maldade

Acabam por esquecer,

Inda que muito cansado

E nem um pouco zangado

Faz questão de agradecer...

Assim são nossos avós

Aos nossos olhos de netos

Fazem de tudo por nós

E ficam sempre quietos,

Mas o tempo não perdoa

Enquanto a gente magoa

Traçam caminhos incertos...

Eu sabia que era de idade

Buscá-lo seria um prazer

Porém não foi por maldade

Também vou envelhecer,

Mas levei dele um sabão

E quase me sentou a mão

Pra ser gentil, aprender...

Uns já não mais percebem

Outros já sentem magoados

Viveram pra criar bem

E ver os filhos ingratos,

Não conseguem entender

E fingem compreender

Enfim, ficam chateados

Essa regra não se aplica

A toda a população

Gente pobre e gente rica

Alguns têm bom coração,

Sorte que a terceira idade

Hoje, já com mais vaidade

Vai pra baile de salão...

30/03/2011

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OBRIGADA POETA MIGUEL JACÓ PELO CARINHO!

Eu estou ficando velho,

O meu futuro é escuro,

E nestes tempos modernos,

O ser humano joga sujo,

A minha esperança Deus,

Que igualdade nos prega,

E haverá de me recolher.

(Miguel Jacó)

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Sonia Barbosa Baptista
Enviado por Sonia Barbosa Baptista em 30/03/2011
Reeditado em 03/04/2011
Código do texto: T2880517
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