Minha boca diz não constantemente, mas meu peito espera ele voltar.

Hoje choro na noite longa e fria,

madrugada de dor, pranto e tristeza

sem ter mais seu carinho e beleza,

enfeitando meu leito... que agonia!

Ao mirar esta casa tão vazia...

sem mais ter seu sorriso, seu olhar,

o meu corpo se dobra a clamar,

esperando o milagre mais urgente.

Minha boca diz não constantemente

Mas meu peito espera ele voltar!!!

A tristeza que mora no meu peito,

ontem foi arremedo de alegria,

foi um brilho, um trago de poesia,

que viveu brevemente em nosso leito,

mas a dor da partida, não tem jeito...

deixa marca, profunda a castigar,

se tão breve canção me fez sonhar,

este sonho foi raso e transparente.

Minha boca diz não constantemente,

mas meu peito espera ele voltar!

Entranhou no meu ser como espinho,

rubra cor, que sangrou meu coração

o que antes foi cor de meu verão

transformou-se em tintas cor de vinho,

tatoou no meu corpo o desalinho,

linhas curvas erradas e sem par,

qual a nau, oscilante em negro mar,

vou perdida chorando, reticente...

minha boca diz não constantemente,

mas meu peito espera ele voltar!

Mote Luciene Soares

Glosa Dete Reis

Dete Acioli
Enviado por Dete Acioli em 01/05/2011
Reeditado em 01/05/2011
Código do texto: T2941624
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