DIALETOS NORDESTINOS

“Chamamu” de dialeto

O linguajar popular

O que segue nesses “versu”

Logo vai nos “expricar” (Sol)

O jeito de se “ixpressá”

“Vareia” em cada região

No nordeste arribá

É tirar coisa do chão (Caíque Peixoto)

Nossa língua é porreta

É formal e informal

Perna torta é zambeta

Insistente, cara de pau (Ícaro Davi)

Pró Fabi está “imbuxada”

Tem um bebê na sua pança

O marido camarada

Espera sua criança (Milena Oliveira)

O “mininu” avexado

Que gosta de “tocá” corneta

Com 18 anos é macho

Passa “gostá” de lambreta (Lorraine Suria)

“Homi que fais” casa

Pode se cortar na pedra

A ferida que lhe causa

É chamada de pereba (Diego Santana)

Zé ainda é frangote

“Mais” pensa que é grande

Se “crescê” será “pu” sorte

Se livrará desse vexame (Diana Soares)

Chapa quente queima a pele

Chapa fria é dentadura

Quando “véia” até fede

“Mais” “selve” a quem usa (Victor Hugo)

Moça “bunita” é formosura

Os “zomi” gosta de oiá

E com toda belezura

A moça segue a andar (Douglas Lordelo)

“Eita” Nordeste “Vareiado”

Ninguém lá é bocó

Novidade é babado

Se nada sabe é brocoió (Querem Improta)

Aqui tem gente arrochada

E também gente medrosa

Basta ouvi uma gargalhada

Que se esconde “atrais” da porta (Danilo Lopes)

Aqui tem gente chinfrim

Mas também tem gente rica

Tem quem coma aipim

E quem fique sem “cumida” (Tázio Dieudonné)

Nossa terra quando “móia”

A gente “isquece” a seca

A plantação cresce na roça

E “nois inchemu” a cesta (Giovana Sousa)

Falta d’água é “pobrema”

“Pressa” gente do sertão

O “bãe” de dona Jurema

É de cuia de sabão (Yasmin Alcântara)

“Vamu” terminar essa prosa

De dialeto nordestino

Gente que vive na roça

Tem que “acordá” cedinho (Vinicius Murta)

Cordel desenvolvido pelos alunos do 4º ano do Ensino Fundamental da Escola Letras e Números. Foi um dos trabalhos de conclusão do projeto Nordeste em Pauta, realizado pela escola. Nosso tema foi Variações Lingüísticas, e escolhemos os dialetos nordestinos para confeccionar o nosso Cordel. Como orientadora do projeto, fiquei muito feliz com o desfecho. Por se tratar de crianças na faixa etária de 8 a 10 anos, o resultado não poderia ser melhor.

Fica aqui meu carinho a vocês, alunos e alunas, e minha gratidão à escola por sempre nos apoiar em nossos pleitos.

"A escola que abre espaço para o pensamento encontrar em seu campo, o espírito da criatividade, reserva aos seus alunos a oportunidade de abrir a porta do crescimento mútuo".

Ivone Alves Sol

“O aluno é uma carta preciosa dentro de um envelope, esperando o endereço”.

Professor Hélio Rocha

Aproveito o ensejo para agradecer, também, o carinho dos meus amigos e amigas Recantistas. Bom São João e minha gratidão pela acolhida e pelo apreço aos meus trabalhos.