Na verdade eu não sei, onde eu quero chegar

Eu trabalho todo dia

Acordo cedo animado

Pra de nada dá errado

Rezo uma Ave Maria

Peço sua companhia

Mas algo me faz pensar

No que vai desenrolar

As coisas que conquistei

Na verdade eu não sei

Onde eu quero chegar.

Uma batalha sem fim

Uma guerra sem vencedor

Água quente sem fervor

Que nada traduz pra mim

Já nem sei para que vim

Esse mundo habitar

Não sei se devo calar

Das coisas que escutei

Na verdade eu não sei

Onde eu quero chegar.

Minha vida tá sem graça

Estou sem objetivo

Nem parece que tô vivo

Sou um caçador sem caça

Às vezes paro na praça

E fico só à observar

As pessoas caminhar

Ai de mim, o que serei?

Na verdade eu não sei

Onde eu quero chegar.

Um poema mal escrito

Um cordel nada rimado

Eu fico muito acanhado

De mim não se ouve um grito

E assim vivo aflito

Feito bailarino sem par

Sem nada pra conquistar

Será que me acabei?

Na verdade eu não sei

Onde eu quero chegar.

Eu fico sem esperança

A tristeza me consome

Esqueço até do meu nome

Paro e peso na balança

Eu já não sou mais criança

Não posso mais relaxar

Eu preciso me curar

Dessa doença que peguei

Na verdade eu não sei

Onde eu quero chegar.

Será que há um recomeço?

Darei a volta por cima?

Os meus versos terão rima?

Levantarei desse tropeço?

Quem sabe se eu mereço?

A certeza de um bom lugar

Sei que não dá pra escapar

Ao mesmo pó retornarei

Na verdade eu não sei

Onde eu quero chegar.

Edilson Biol
Enviado por Edilson Biol em 21/07/2011
Reeditado em 29/05/2023
Código do texto: T3108698
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