Gastronomia de Boteco

Definir gastronomia

Eu não sei, posso arriscar

É muito se eu falar

Que do todo é a melhor parte?

Gastronomia é arte

É ritmo, é prosa, é poesia

É mistura, é alquimia

É sabor e é saber

É música, é o bem viver

Também é filosofia.

Vibro com a gastronomia

Dos petiscos de boteco

É com a gula que eu peco

Não consigo resistir.

Uma casquinha de siri

Rabada com agrião

Um caldinho de feijão

Carne de sol desfiada

Pastel, croquete, empada

E um gostoso camarão.

Uma bisteca suína

Uma costelinha crocante

Um pão de alho picante

Adoro vaca atolada.

Um paio na feijoada

Um frango a passarinho

Kafta no espetinho

Provolone à milanesa

Uma linguiça calabresa

E um bom escondidinho.

De qualquer fruto do mar

Me apraz uma moqueca

Também adoro panqueca

E uma boa bacalhoada.

Toscana bem temperada

Uma fritada de tainha

Ou um filé de sardinha

Um bom bife de vitela

Mocotó, cupim, costela

Alcatra, lombo e maminha.

Um peixe amoquinhado

Um bom arroz de pequi

Costela de tambaqui

Ginga com tapioca

Arroz de leite, paçoca

Acarajé, caruru

Ostra e sururu

Costela frita na banha

Pacu, pintado, piranha

E um bom pirarucu

Eu sou louco por buchada

Tripa, cabeça de bode

Mas isso é pra quem pode

E tem ácido úrico em dia

Na “baixa” gastronomia

Entrei calado e mudo

Depois eu fiz um estudo

E criei uma dieta

Só não sei se é correta

“dieta do vale tudo”!

Salsicha, queijo, salame

Amendoim ou castanha

Uma gordurosa picanha

Asinha de frango, moela.

Uma galinha à cabidela

Um bom patê com torrada

Carne seca enfarofada

Tanto faz salsa ou coentro.

E sempre por complemento

Pinga e cerveja gelada.

Nada é excesso ou afeta

Ao gourmet de botequim

E em se pensando assim

Toda receita é correta.

E eu tenho como meta

Viajar nesses sabores

Na riqueza dos valores

Contidos em cada receita

Sempre alerta e na espreita

De novos aromas e cores.