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Pois Lampião Vai Vortá!
 
Abertura:
(Andarilho - Antônio Nóbrega ).
 
Caí do céu por descuido,
Se tenho pai, não sei não!
Venho de longe, Sêo Môço,
Lugar chamado Sertão.
 
Fui caminhando, enfrentando
As terras que o sol secou,
Até chegar à cidade
Dos homens que Deus olhou.
 
Meu Santo Padre, perdoe
A triste comparação:
Melhor viver no cangaço,
Que a tal civilização!
 
Eitha, Nossa Sinhóra!... Trem bunito, né não? Isso é o Meu Cumpade Antônio Nóbrega, pernambucano lá do Recife, cantano a crença simplória que o sertanejo antigo tem, de que, “um dia, Lampião vai vortá, a móde cunsertá o mundo”. E tem muita gente que aquerdita!
 
Inspirado nessa canção, cum a licença do Meu Cumpade Antônio, eu escrevi um folheto de Cordel, intitulado “Pois Lampião Vai Vortá!”. 
Cês qué oví?... Antão, prestenção!
 
Esse Cordel eu vô dedicá Pro Meu Cumpade Arievaldo Vianna, grande poeta e cordelista, que dedica a sua vida intêra a ensinar Cordel e Cultura Popular nas escolas do Nordeste, através do projeto Acorda Cordel na Sala de Aula.
 
Antão,   
Pois Lampião Vai Vortá!

Seu Dotô, mi adiscurpe,
Pela minha inguinorânça.
Mai nun gosto dessa trupe
Dos home das liderança!
Uma tropa de safado,
Variadô e Deputado,
Só qué é canja de galinha...
Iscuite o que eu vô falá:
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Apois, o Meu Capitão,
No tempo que era vivo,
Nun temia nada não,
Brigava inté sem mutivo!
Se ele vivêsse agora,
Cunsertava, numa hora,
O Brasí das Panelinha...
Eu falo, sem duvidá:
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Pá cumeçá o seuviço,
Vai oiá pelo Nordeste!
Vai cumpri os cumpromisso,
Cabá ca seca e ca peste!
Vai cabá cos Coroné
Vai dá roça pra Jusé,
Tirá da Zona a Zefinha...
E tudo vai cunsertá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Vai matá inté o musquito
Da dengue, cum parabélo,
Pois êsse bichin mardito
Num  respeita mais chinelo!
Vai dá água, terra e pão,
Móde nóis, cá do Sertão,
Nun vivê só de farinha!
Dotô, pode aquerditá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Vai vin fazeno justiça,
A quem bole cum criança,
Coisa qui nem a Puliça
Nun consegue e nun arcança!
Pra quem matô Isabella,
Num tem prisão, num tem cela:
A cova já tá prontinha,
Pus lazarento interrá!
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Essas tár de C. P. I.
Qui tem na televisão,
Ele vai fazê sumi,
Pois é tudo inganação!
Quem mintiu e quem robô,
Quem meu dinhêro levô,
Tomano tudo qui eu tinha...
Cum juro vai me pagá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Dinhêro de traficante
De droga, maconha e pó
Num vai fazê mais rompante
Nos time de futibó!
Num vai mais comprá prefeito,
E nem Juiz de Direito,
Qui qué suas mão moiadinha!
A Justiça vai reiná,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Os preço dos alimento,
Das rôpa, da gazulina,
Vai tê um alinhamento,
E a caristia termina!
Coitád  do comerciante
Qui fô pegado em fragrante
Omentano uma coisinha!...
Seu cumérço vai fechá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Criança sem tê iscola,
Ninguém num vai vê mai não!
Tudo de bôrça e sacola
Ino aprendê as lição!
Professô vai ganhá bem
E gente grande tomém
Vai aprendê as letrinha!
A Curtura vai vingá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Pôca vergonha, indecença,
Mulé pelada, chupão,
Nun vai tê mais a licença
De tá na televisão!
Vai tê mais é Canturia,
Vai tê Cordel, Poesia,
De rima boa e certinha,
Móde o povo si ilustrá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Nos dia das Inleição,
Ninguém mai vai comprá voto!
A tár da Corrupição
Pra fora daqui eu boto!
Quem votá vai tê certeza
Qui o candidato é beleza,
E não um “Zé Gravatinha”.
O Dotô pode apostá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Dona Maria vai sê
A nossa Premêra Dama,
Ciente do seu devê,
Atendendo a quem recrama!
De fome, de disimprêgo,
Quem chegá, pidino arrêgo,
Vai vê nela uma madrinha...
Qui ao póbe vai ajudá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Já Curisco, Deputado,
Vai ôvi, sem odiênça,
O pôvo, e lado a lado,
Trabaiá cum diligênça,
Móde os causo arresorvê.
E o país vai crescê,
Andá mió do qui vinha...
Quem mi garante é Dadá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Quem concordá, tudo bem,
Quem nun aceitá racha fora,
Senão, não fica ninguém,
Móde contá a istóra!
O Capitão Virgulino
Vai mudá nosso distino
Cum seu punhá na bainha!
E ái de quem contestá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Pode sê qui eu tô sonhano,
Pode inté nun sê assim!
Mai bêm qui tá percisano
A robaiêra tê fim!
Eu rezo pu Padin Ciço
Vinte missa, trêis ofiço,
Isso é premessa minha...
Qui é pa Deus ajudá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


E quem tá mi iscuitano,
Sabe qui eu num faço fita!
A verdade eu tô contano
E sei qui o povo aquerdita.
Nesse Brasi cunsertado,
Cum nóis tudo abençoado,
Rezano três ladainha,
Quem é qui vai duvidá
Qui Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha?


Foi Elomá quem cantô,
Nos Tempo dos Finarmente,
Qui ia sê tudo amô,
Sem zombá da fé dos crente!
Isso vai acuntecê,
Quano o Capitão descê
E chegá, bem ditardinha,
Móde tudo ajustiçá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Nun vai tê mais prepotênça,
Num vai tê mais manda-chuva,
Nun vai tê mais ingigênça,
E ném chôro de viúva!
Vai sê só festa e trabái,
Os fi, respeitano os pai,
As mulé, comportadinha...
Bagunça vai acabá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Vai pô farinha no cardo,
No pêxe, vai pô pirão,
Vai cunfiri tôdo sardo
Dessa tár de infração!
Os jorná já tá na mira:
Se contá uma mintira,
Vai virá tudo muínha!
Capáiz inté de fechá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Os cantadô mintirôso,
Qui se vende, pu dinhêro,
Vai terminá disgostôso,
Isquicido, no istalêro!
Os dotô das Medicina
Vai trocá as pinicilina
Pru mato, chá e meizinha,
Móde o povo se curá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Vai cabá cas loteria
Qui ninguém sabe quem ganha.
O povo já discunfia
Dessas armadía istranha!
Num vai tê mais Mega Sena,
Das grande, nem das piquena,
Nem tomém essas rifinha...
Qué cumê? Vai trabiá!
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Vai mandá pidi pu Papa
Fazê Santo o Padin Ciço!
No Juazêro e na Lapa
Vai rezá Missa e Ofiço.
Meu Padin, pus cangaçêro,
É o Santo mais brasilêro,
Mió qui ele, num tinha...
E o pôvo tóca a rezá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Vai abrí, no Véio Chico,
Mil canáu de rigação
A móde o póbe e o rico
Tê água, nesse Sertão!
Pois isso é sonho que vinga,
Inté arrôiz, na caatinga,
Vai tê, di inchê camarinha!
As inxada vai cantá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


O Sertão vai vira má
O má vai virá Sertão!
Conseiêro, no falá,
Falava é de Lampião!
Falava pruquê sabia
Qui Meu Capitão, um dia,
Vortava aqui pá terrinha,
Móde tudo si arrumá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


As Firma qui nun pagá
Dereitinho os seus impôsto
Seu nome vai se apagá,
Os dono vai tê disgôsto!
O Tár do Fê Gê Tê Ésse,
Qui o trabaiadô merece,
Nun vai fartá um nadinha!
E aí de quem sunegá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Já na Rua, as condução
Pus póbe vai sê de graça!
Sem fila, sem impurrão,
Munthos ponto pela praça!
Já o idôso, pusentado,
Pra ele, vai sê mandado
Pusentação contadinha...
Sem tê mais qui si humiá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Os rádio, ocê ligano,
Vai tê musga brasilêra!
Já tá mais do qui injuano
Êsses tár roque paulêra!
Vai tê moda de viola,
Cantadô de bôa iscola,
Canturi de Pastorinha...
Nóis tomém vai cantá lá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


As missa vai sê rezada
Na língua de nossa gente!
Qui Latin, colé qui nada!
Vai tê viola e repente!
Pois a móde lôvá a Deus
Percisa qui os filho seus
Intenda a missa todinha...
E isso, in tôdo lugá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Os nosso computadô
Vai ficá bem mais manêro:
Lampião vai mandá pô
Uns nome bem brasilêro:
Agadê vai sê discão,
O máuse, rato de mão,
Munitô vai sê telinha...
Pa ninguém si atrapaiá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Os "bug" vai sê defeito
"Disfragmentá" é imenda,
Antivirus, parapeito,
Do jeito qui o pôvo intenda!
Suporte vai sê oficina
Os "game" é jogatina,
Deletá é burrachinha...
Nunca mais eu vô errá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Os técno, cunsertadô,
Assitênça é digitóro,
Pois Ingrês, faça o favô,
Êsse tróço eu nun decoro!
Os softiuére é pograma
Pois o qui nóis mais recrama
É os nome das pecinha...
Essa moda vai pegá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Inté nossa Seleção
Vai mudá os patrocino:
Vai divurgá o Baião
Gonzagão já tá surrino!
Na camisa, estampada
A frase: "Deus e mais nada"
Munto bem iscrividinha,
Qui é pra móde Ele ajudá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Eu falo, pois aquerdito
Qui vai tê mióra sim!
Lampião têve, contrito,
A bênça de Meu Padin.
Apanhô do seu cajado,
Ficô quéto, ajueiado,
Rezô a missa intirinha...
Jesus vai abençuá
E Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!

 
Nas Amazôna do Norte,
Ninguém mais vai invadi
As terra do índio forte,
Pá devastá e distruí!
As posse foi demarcada,
É dos índio, a morada,
Purquê derêito eles tinha...
Nóis tudo vai vigiá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Derna Câindo Mariano
Da Silva, o tal Rondon,
Qui acuntece, ano a ano,
A mata muda de tom:
O verde vira caivão,
É tanta distruição,
Qui nun sobrô nem rolinha!...
Mais agora vai mudá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Quem num respeitá a Lei
Lampião iscreve o nome!
Coroné, sordado ô rei,
Corqué jeito, o côro come!
Se é pru farta de cadeia,
O fuzi dêle alumêia
É fôgo, na mêrma hurinha!
Se aprecate, quem tá lá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Os Irmão Caminhonêro
Num vai mais achá buraco
Nas istrada, o tempo intêro,
Pus caminhão virá caco!
Os asfarto, cunsertado,
Os brocão tudo tapado
As pista, tudo lizinha...
E o pogrésso vai chegá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Nos Pôsto de Gazulina,
Nos hoté e nas pensão,
Num vai tê mais as minina
Si vendeno, na inluzão!
Quem isprorá os menó,
Vô ficá inté cum dó,
As cova vai sê razinha...
Ês pode se aperpará,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Já nos pôsto de Puliça
Federá e Riduviára,
Num vai tê nem mais nutiça
Das propina, cara a cara!
Quem errá vai sê murtado,
O subôrno recusado,
Pois as mão vai tá "sequinha"...
Essa Lei vai imperá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Quem véve das robaiêra
Das carga dos caminhão
Vai infrentá é as pexêra
Dos cabra do Capitão!
As quadría de sartante
Vai sumí, no mêrmo instante,
Sem robá mais um nadinha...
Vai sê bão de viajá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


As coisa que fô pidida
Vai chegá in tôdo canto!
Remédio, rôpa, cumida,
Sem pirigo e sem ispanto!
Os Irmão Caminhonêro
Vai lová os cangacêro
E tocá suas vidinha...
As istrada vai mudá...
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Vai tê muntha sigurança,
Cum as rota vigiada.
Se quizé, inté criança
Vai viajá nas istrada!
Intonce, vai sê a paz
Qui os Guvêrno nun traz,
Pois a priguiça é daninha!...
Num perde quem isperá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Do jeito qui tão falano
Do passado, no presente,
Lampião já tá virano
É um jagunço, somente!
Mar nun era bem anssim,
Já dizia Meu Padim
Home na frente caminha...
Isso nun vai dimudá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Essas dona de hoje in dia
Qué, nos marido, dá orde.
Vai sozinha pras fulia,
E qué qui os home concorde!
Mulé tem que tê respeito
Sinão, nun tem ôto jeito,
Vai apanhá de baínha,
Pra móde se aquietá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


As mulé qui é das avessa,
Vai aprendeno os rojão;
Sinão, é côro dipressa,
É parmatóra nas mão!
Pois mulé de home séro
Obedece, sem mistéro,
E dispois fica quetinha...
Pra mode mais nun levá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Apois, onde já se viu
Um Capitão sê mandado?
O home qui disistiu
Dos derêito, tá roubado!
Pode até nun tá na mídia,
Mas Baiano matô Lídia
Mode o fogo qui ela tinha!...
As mulé vai si cuidá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Lampião só qué respeito
Das mulé cum seus marido!
Sem tê orde nun tem jeito
O mundo vai tá pirdido!
Mulé, mermo seno bela,
Foi feita duma custela
E Deus nun errô nadinha!
Ao home, cabe mandá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Quem fala que o Capitão
Foi bandido, e não herói
Já fala sem tê razão,
Pruquê nun sabe onde dói!
Pois Lampião nun gostava
De quem póbe maltratava
E munta réiva ele tinha
Dos qui só sabe cobrá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Bandido é os Coroné,
E os Dotô Deputado,
Qui entrá na briga nun qué,
E só véve é bem guardado!
Só pru mode tê dinhêro,
São dono do mundo intêro
Bebe vin, come galinha...
Mais num perde pru isperá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Coroné puxano inxada,
Deputado coivarano,
As camisa ingravatada,
Vamo vê o suó moiano!
Que é pra móde ês aprendê
O quanto custa o cumê
E as rôpa ingomadinha...
E ái de quem recramá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Pur aqui eu vô parano,
Que já chegô a Puliça.
Fôro chegano e entrano,
De licença, nem nutiça!
Me déro vóiz de prisão
Vão amarrá minhas mão,
Num iscrêvo mais nadinha.
Mai eu só dixe: - Destá,
Qui Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!
 
A caminho da prisão,
O povo tá mi apraudino!
Uns vem apertá minha mão,
As mocinha, inté surrino!
E eu, pensano cumigo:
Cadeia num é pirigo
Eu tem padin e madrinha...
Eles num vai mi ganhá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


E a todos brasilêro,
Dos qui tem força e corage,
Mermo tano prisionêro,
Eu grito minha menságe:
Ninguém disanima não,
Querdita no Capitão,
Nun demora uma lasquinha...
E tudo aqui vai mudá,
Pois Lampião vai vortá,
Pa butá o Brasí na linha!


Cunforme foi atestado,
O Conseiêro adivinha:
Má qui vai sê dimudado
Pra Sertão, e já caminha!
Antonce, é só isperá
Deus tomém vai ajudá
Rezano, nóis chega lá
E o Brasí entra na linha!
 
Lampião vai vim pra cá
E dividi a farinha!
Mostrá quessa luta é boa:
Onde o povo  nun caçôa,
Seu país... entra na linha!
 

O nosso abraço fraterno pro Compadre Arievaldo Viana.

Cumpade, Deus lhe dê vida, saúde, força e vontade, pra dar continuidade a esse seu projeto tão lindo! Acorda, Cordel, na Sala de Aula!
 
E ocês tudo, num isquece de vortá amanhã não, viu? Isso!... Vórta mês, porque amanhã... tem mais!
 

 
Fraterno abraço,
♦ 
Compadre Lemos.

Próximo Causo:
Compadre Lemos
Enviado por Compadre Lemos em 16/10/2011
Reeditado em 18/10/2011
Código do texto: T3280238
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