EXAME DE PRÓSTATA

Ao chegarmos aos quarenta

Temos uma obrigação

Fazer exame da próstata

Servindo de prevenção

Para manter a saúde

Essa é a atitude

Do homem que tem noção

Ninguém deve esquecer

Quando chega a ocasião

Pois isso é coisa séria

E não faz vergonha não

Ao chegar a sua vez

Abandone a timidez

Cumpra sua obrigação

Agora eu vou contar

Como aconteceu comigo

Fique logo prevenido

Pode acontecer contigo

Se você for protelando

E o exame adiando

Pode até ter um castigo

Já passando dos quarenta

Ao doutor me encaminhei

E um pouco constrangido

Do exame lhe falei

Ele pra me acalmar

Pediu só o PSA

E eu me tranqüilizei

Bastava colher o sangue

Para ver o resultado

Se tudo tivesse bem

Nem um mal detectado

De fazer o tal exame

Que pra mim era um vexame

Eu seria dispensado

Nunca fiquei tão feliz

Com o meu sangue derramado

Dentro daquelas ampolas

Para ser examinado

Da dedada me livrei

E tranquilo esperei

Receber o resultado

Como tudo correu bem

E foi bom o resultado

Eu me despreocupei

Sendo um pouco relaxado

E o tempo foi passando

O exame eu adiando

Sem querer ser cutucado

De um exame para o outro

Eu demorei muitos anos

Pois levar a tal dedada

Não estava nos meus planos

Um amigo me dizia

Que o exame não doía

Nem também causava danos

Mas com a nossa saúde

Não podemos vacilar

Pra repetir o exame

Fui então me apresentar

Dessa vez ao urologista

O doutor especialista

É que foi me examinar

Ao chegar ao consultório

Olhei logo a sua mão

Examinei com cuidado

Com bastante atenção

Eu queria ter certeza

Ver com bastante clareza

Se ele tinha um dedão

Mas depois da entrevista

Senti tamanha alegria

Pois ele me receitou

Só ultrassonografia

Fiquei muito animado

Pois o exame indicado

Do dedo me livraria

Mas a vida é ardilosa

E é cheia de surpresa

A ultrassonografia

Que eu achei que era moleza

Pois pelo que eu sabia

Eu nem imaginaria

Enfrentar tanta dureza

A moça do consultório

Atendeu-me muito bem

Dizendo: “deite na cama

que o médico já vem”

Na cama fui me deitando

Em tudo observando

Como eu acho que convém

O que eu vi naquela hora

Foi logo me assustando

Quando vi aquela moça

O instrumento preparando

Pegou uma mangueirinha

Botou uma camisinha

E ficou lubrificando

A mangueira era dura

Bem mais grossa que um dedo

Quando vi a arrumação

Fui logo sentindo medo

Comecei a imaginar

Agora vou me lascar

Pra aguentar esse brinquedo

Quando o doutor chegou

Só fez me cumprimentar

Mandou-me tirar a roupa

E de lado me virar

Depois disse num aviso

Que pro exame era preciso

Ter calma e relaxar

Como eu ia relaxar,

Naquela situação?

Eu na posição fetal

Sem nenhuma proteção

O doutor se preparando

A mangueira empunhando

Só me dava aflição

Nem deu tempo de pensar

Nem fazer preparação

O doutor sem piedade

Já fazia a introdução

A mangueira ele metia

Lá por dentro remexia

Só fazendo medição

O exame é completo

Feito com muito rigor

As imagens vão surgindo

Na tela do monitor

O doutor examinando

Medindo e anotando

Tudo num computador

Ainda bem que é ligeiro

Mas se sente um ardor

Uma situação incômoda

Um preâmbulo de dor

Que só é aliviada

Com a pomada aplicada

Que causa certo frescor

E depois, minha vergonha

Eu tive que esconder

Quando encarei o doutor

Para o exame receber

E para ser educado

Assim, meio encabulado

Ainda fui lhe agradecer

Recebi o tal exame

Fui logo me retirando

Ao sair do consultório

Eu ficava observando

Quando alguém me olhava

Pra mim mesmo eu perguntava

Que será que estão pensando?

Mas eu estava satisfeito

Pois tudo tinha acabado

E o exame revelava

Excelente resultado

Tava tudo nos conforme

E essa alegria enorme

Me deixou mais conformado

Ouça bem o meu conselho

Caro amigo e leitor

Quando for a sua vez

Peça logo ao doutor

Não faça nenhum segredo

Diga que prefere o dedo

E evite essa dor

Augusto Secundino
Enviado por Augusto Secundino em 06/11/2011
Código do texto: T3320915