Desde o tempo de Leandro, até Cordel Encantado

Autor: Marciano Medeiros

O cordel teve em Leandro

Seu maior embaixador,

O vate paraibano

Tornou-se bom redator,

Seus folhetos relataram,

Maldade, crime e amor.

Esse notável escritor

Manteve estilo altaneiro,

Ficou imortalizado

Por ter sido o pioneiro,

Seu nome tornou-se grande

No Nordeste brasileiro.

Com trabalho verdadeiro

O cordelista fecundo,

Transferiu-se pra Recife,

Ali construiu seu mundo,

Mergulhou na poesia

Com sentimento profundo.

Criou bandido iracundo

Num reino de ficção,

Mostrando que a covardia

É prima da traição,

No seu marcante folheto,

“Juvenal e o Dragão.”

Gerou bela criação

Até hoje destacada,

Foi “O Cachorro dos Mortos”,

Uma lendária jornada,

Que no decorrer do tempo

Vem sendo republicada.

Outra pessoa lembrada

Zé Camelo de Rezende,

Quanto mais o tempo passa

O nome dele se estende,

Quem ler seus grandes folhetos

Na trama logo se prende.

O seu cordel sempre vende

De modo maravilhoso,

O vate José Camelo

Fez roteiro valoroso,

Compondo pra humanidade,

“O Pavão Misterioso”.

Redigindo sem repouso

O cordelista vivia,

Falou de Antônio Silvino

Com muita categoria,

Também redigiu o drama,

“Coco Verde e Melancia”.

Temos cordel hoje em dia

Amplamente divulgado,

Pois produziram novela

Com enredo preparado,

Por Thelma e Duca Rachid

Num tempo modernizado.

Ganhou “Cordel Encantado”

Sucesso no mundo urbano,

Mas houve decepção

No povo pernambucano,

Por ver cangaceiro fraco

Semelhante a Herculano.

Ficava fazendo plano

Que ligeiro dava errado,

O cangaceiro da Globo,

Era muito apaixonado,

Lampião foi mais valente

Conforme está divulgado.

Mas “O Cordel Encantado”

Produziu badalação,

Da cultura nordestina

Que recebeu projeção,

Mesmo de forma incompleta

Ali foi visto o sertão.

E-mail: marcianobm@yahoo.com.br

Marciano Medeiros
Enviado por Marciano Medeiros em 10/11/2011
Reeditado em 24/12/2011
Código do texto: T3328444