Não aprendi a rimar na minha escola Mas carrego cordel no coração

Não aprendi a rimar na minha escola, mas carrego cordel no coração

Autor: Jozias Umbelino Leite

Sou poeta desde o dia em que nasci

Aprendendo a rimar com os menestréis

Me debrucei no romances de cordéis

Nunca mais essa arte eu esqueci

Só de ouvir os poetas - aprendi!

A medida da minha entonação

Do cordel hoje tenho uma noção

Igual um jogador domina a bola

Não aprendi a rimar na minha escola

Mas carrego cordel no coração

Aprendi a viver desde bem cedo

Nos encalços do amor e da vitória

Estou sempre na luta atrás da glória

De perder nunca tive nenhum medo

Mas sabia que atrás de um segredo

Se escondia o cordel e a canção

E como sou um filho do SERTÃO

Sempre encho de versos a sacola

Não aprendi a rimar na minha escola

Mas carrego cordel no coração

Se alguém me chamasse de poeta

Bem ligeiro eu ficava enfezado

Eu batia em quem tava ao meu lado

Sem pensar se era coisa certa

Eu só tenho uma rima irrequieta

Que no fim não denota emoção

Um poeta não pensa em abrir mão

De rimar ao improviso da viola

Não aprendi a rimar na minha escola

Mas carrego Cordel no coração

Desde que o mundo surgiu pro universo

A poesia sublima a natureza

Ela enche o mundo de beleza

Nos confins dum bioma submerso

Na melodia contida em um verso

Estribilhado no som duma canção

O cordel é a poesia do Sertão

E a melodia é a cantoria de viola

Não aprendi a rimar na minha escola

Mas carrego cordel no coração

Jozias Umbelino
Enviado por Jozias Umbelino em 22/12/2011
Reeditado em 13/08/2012
Código do texto: T3401667
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