Cenário de Chuva

Meu verde sertão

Agora renova

O peixe desova

Lá no ribeirão

Faísca, trovão

Corisco caíndo

O povo sorrindo

Na nova estação!

Barreiro enchendo

Um mar lameado

O chão já cortado

Legumes nascendo

Assim eu vou vendo

Toda essa alegria

A vida se cria

No Sertão chovendo

Tem pasto pro gado

Aos poucos, engorda

E o feijão de corda

Também foi plantado

O arroz cachiado

O milho crescendo

É lindo, só vendo!

O Sertão molhado

O pássaro canta

No topo da serra

O verde da terra

Os males espanta

A chuva é tanta

Já sinto a frieza

A pura certeza

Só colhe quem planta

Termina Janeiro

E aquela alegria

O pai de família

Pensa em Fevereiro

Olha do terreiro

A roça bonita

Em Deus acredita

Chover ano inteiro

É esse o dilema

Do nosso sertão

Se fizer verão

É grande o problema

Falar desse tema

Fico arrepiado

Os olhos molhados

A dor é extrema

Mesmo bem distante

Eu vejo a penúria

O grito da fúria

O sol radiante

Um olhar vagante

Que o sol estopora

Se o verão demora

A cena é chocante

Só a chuva abranda

O clima medonho

Quem era tristonho

Alegre já anda

Já faz propaganda

Que o ano é vindouro

A chuva é ouro

O mais importante!

Assim é a sina

Dessa região

Ao menos no chão

Cair a neblina

Se abre a cortina

Da nova esperança

O povo se lança

A terra campina

Poeta de Branco
Enviado por Poeta de Branco em 21/01/2012
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