Pau no fundo dela...

Em todo querido sertão

na feira livre da cidade

feirante balde vende

é de grande utilidade.

Digo isto com afinco

vende-se lata de zinco:

Pior de suas agruras

na boca pau inteiro

de janeiro a janeiro

tem punição quando fura.

A dona da lata fica triste

tanta água derramando.

Sobre sua cabeça

qual chuveiro pingando.

Procura um velho flandeiro

exige um conserto ligeiro.

A lata não quer desfazer

sua atitude tomada

uma decisão acertada

pau em seu fundo vai ter.

Botar o fundo é dez reais

apesar de sua vontade.

Não tem grana no momento

volta a flandeiro a tarde.

Faz sua contra proposta

até que o flandeiro gosta.

Ela quer saber do flandeiro

caso der o fundo fica barato.

o flandeiro aceita no ato

soluciona o caso ligeiro.

Ela sai da oficina contente

com o serviço concluido.

Porém numa noite anterior

com o marido ora discutido.

Ele sendo marceneiro

negou o tempo inteiro.

Não quis a sua lata ver

nem o pau no fundo botar

para o gotejamento evitar

Mas o flandeiro quis o serviço fazer...

José Humberto da Silva
Enviado por José Humberto da Silva em 10/02/2012
Reeditado em 11/02/2012
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