Terceira parte do desafio de: Damião Metamorfose & Manoel Cavalcante.

Tu apanhou no primeiro

No segundo nem te falo

Espero que no terceiro

Aguente o meu embalo

Ou se declare mocinha

Porque sou galo de rinha

E dessa vez a galinha

Vai reconhecer seu galo.

*

M.C

Na surra dou cada estalo

Que de você sinto pena

Você treme quando eu falo

Sua cantiga é pequena

Quero ver se você presta

Pra dançar na minha festa

Pode vir com a "mulesta"

Que eu sou a gota serena.

*

D.M

Tu podes dar a gangrena,

A febre do estopim.

Sou eu quem mando na cena,

Seu figurante mirim.

Para melhorar seu canto,

Invoque o diabo, ou um santo.

Que mesmo assim eu te janto,

Pedaço de cabra ruim.

*

M.C

Eu na maldade sou Caim

Na ruindade beira-mar

Cantar com cantador ruim

É num burro se montar

Espalhe sua inteligência

E se você tiver ciência

Venha com efervescência

Que eu quero lhe esbagaçar.

*

D.M

Você pode até tentar

Ser versátil como eu

Mais só sabe ameaçar

Com esse versinho seu

Sua estrofe é incompleta

Assuma que é um pateta

E saiba que ser poeta

É dom que Deus não te deu.

*

M.C

Sempre estive no apogeu

E você na decadência

Assuma que já perdeu

Não continue na demência

Não cante com atropelos

Corrija seus desmantelos

Viva de cortar cabelos

Ou a Deus peça clemência.

*

D.M

Deus vai me dar paciência

Mas confesso que é dose

Agüentar a sua ausência

Que parece uma abiose

Com esse assunto chato

Falando em estrelato

No fim vai pagar o pato

Na mão do Metamorfose.

*

M.C

Eu vou cuspir na sua dose

Para bater eu não espero

No "salão metamorfose"

Bagunço, faço o que eu quero

Eu aparo a sua auto-estima

Raspo o seu verso em cima

Passo a navalha na rima

Corto sua estrofe no zero.

*

D.M

Desculpe, mas não tolero.

Alguém me piratear

Vens com esse tom austero

Só para me imitar

Meu “ose” tu copiou

Também desmetrificou

E com isso demonstrou

Que é segundo lugar.

*

M.C

Você pode até tentar

Mas vai morrer na vontade

Não venha me difamar

Ao menos fale a verdade

Perder você nunca aceita

Minha mente se aproveita

Minha métrica é perfeita

Respeite sua majestade.

*

D.M

Desculpe celebridade

A minha provocação

Sua estrofe é uma beldade

Sempre atinge a perfeição

Seu verso é sempre bonito

Redondo igual um cambito

O ruim sou eu, admito.

Gostou da bajulação?

*

M.C

Não quero bajulação

Nem puxar saco também

Mas melhor do que Damião

Em qualquer asilo tem

Eu canto bem a vontade

Você tem dificuldade

Canto falando a verdade

Pois não faz mal a ninguém.

*

D.M

Suas estrofes são cem

Sem oração, sem sentido.

Vai e volta, volta e vem.

O seu verso é repetido

Poeta que se repete

Comigo não pinta o sete

Você pode ter topete

Mais dom poético eu duvido.

*

M.C

Sei falar sobre o partido

Chamado de jacobino

Do império carolíngeo

E do povo beduíno

Dos normados na Suécia

A mitologia da Grécia

E sua maior peripécia

É apanhar de um menino.

*

D.M

Esse sempre foi seu hino

Ameaça e não decola

Acha-se um poeta fino

Mais não passa de um gabola

Leva formação no eito

Mais um erro, não tem jeito.

Não faz um verso bem feito

E em vez de cantar, enrola.

*

*

M.C

Errei, mas na minha escola

Nunca tem enrolação

Passe para mim a bola

Que não darei decepção

Eu tropecei fui impreciso

Mas é cantar de improviso

Que bole assim com o juízo

Você não entende isso não.

*

D.M

A nossa improvisação

É toda feita em teclado

Na hora da correção

Todo erro é deletado

Se você errou poeta?

Tome isso como meta

Na próxima você deleta

Pra não ficar viciado.

*

M.C

Posso entender seu recado

Tento te compreender

Se é para apagar o errado

O que você vai fazer?

Reconhecer é preciso

Mas você foi impreciso

Se eu canto de improviso

Como é que vou perceber?

*

D.M

Você quem deve saber

Eu só faço o que me cabe

Cada estrofe tem que ter

Uma ordem você sabe

Se não sabe meu amigo

Porque não ouve o que digo?

Antes de zoar comigo

Seja humilde e não se gabe.

*

M.C

Nunca fui como um shake árabe

Mas não estive entre os pequenos

Na minha mente não cabe

Esses seus versos obcenos

Já que é só bajulação

Mande para revisão

Quem fizer a correção

Vai ver quem foi que errou menos.

*

D.M

Eu já fiz versos amenos

Fui até indelicado

Porem versos obscenos

Não devo ser acusado

Cada estrofe que tu faz

Parece andar pra traz

Já vi que não é capaz

De entender meu recado.

*

M.C

Eu tudo tenho estudado

Sobre a história que nos faz

Sei a luta de cada estado

Nos conflitos regenciais

Cabanagem e balaiada

Farroupilha e Sabinada

Você não sabe de nada

Por isso apanha demais.

*

Breve a continuação deste desafio que será em décimas.

*

Desde já o meu muito obrigado a quem ler ou comentar esse texto, e que Deus o ilumine, inté

Damião Metamorfose
Enviado por Damião Metamorfose em 18/02/2012
Código do texto: T3506434
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