VERDADES VERDADEIRAS

Sentaram-se três pessoas

Só a fim de conversar

Eram três aventureiros

Tinham muito pra contar

Juram eles que é verdade

E pura realidade

O que aqui vão relatar

Somente para informar

Vou dizer a profissão

A que cada personagem

Dedica-se com paixão

Um deles é caçador

Tem também um pescador

Outro guia caminhão

Peço bastante cuidado

De quem faz afirmação

Que essas classes tão honradas

Mentem por satisfação

Com histórias impossíveis

De entidades invisíveis

Isso é discriminação

Começou o caçador

Fazendo a narração

Do que lhe aconteceu

Em certa ocasião

Mo meio de uma caçada

Em plena mata fechada

E foi grande a aflição

“Caçava porco queixada,

que é um bicho perigoso,

tem dentes muito afiados,

temperamento raivoso;

um animal muito atento,

sente o cheiro até no vento,

se o caçador for medroso.”

“Sou um caçador experto,

e sou muito experiente,

dos bichos todos não há

aquele que eu não enfrente.

Mas nesse dia, a sorte,

foi que me livrou da morte,

do perigo iminente.”

“Avistei numa clareira,

um rebanho de queixadas,

estavam todos bebendo,

na beirada da aguada.

Me escondi bem ligeiro,

pois se sentissem meu cheiro,

tava invertida a caçada.”

“É que esse animal,

ao sentir cheiro de gente,

fica logo alvoroçado,

atacando de repente,

e vem logo todo o bando,

todos juntos atacando,

matando o que vê na frente.”

“Ainda estava estudando

o jeito de atacar,

já ouvi foi o estrondo,

começaram a roncar.

E com grande irritação,

vinham em minha direção,

Eles iam me matar.”

“Bati mão na espingarda,

mas na aperreação,

o tiro saiu sem jeito,

sem mira nem direção,

os bichos se aproximando,

em mim já quase chegando,

apelei para o facão.”

“Mirei no bicho da frente,

que era o chefe do bando,

jogando com toda força,

o facão saiu rodando,

não sei como aconteceu,

foi Deus quem me protegeu,

o bicho saiu pulando.”

“Demorei a entender

o que estava acontecendo,

quanto mais ele pulava,

mais bicho ia morrendo,

eu ali admirado,

olhando com mais cuidado,

aos poucos, fui entendendo.”

“O facão entrou de cabo

no fiofó do chefão,

o bichão aperreado,

pulava de aflição,

cada pulo que ele dava,

um companheiro matava,

foi a minha salvação.”

O pescador, muito atento,

Tacou essa afirmação:

“Realmente existem coisas

que não têm explicação,

o que aconteceu comigo,

em verdade eu lhes digo,

ouçam com muita atenção.”

‘Estava na pescaria,

nas margens do riachão,

e fiquei encabulado,

com aquela situação,

todo peixe que eu pescava,

e no cesto colocava,

sumia sem explicação.”

“Os peixes estão pulando,

foi o que eu suspeitei,

trouxe o cesto mais pra perto,

e a tampa eu amarrei.

Meus amigos eu lhes digo,

o que aconteceu comigo,

isso eu nunca imaginei.”

“Quando eu pesquei o peixe,

e fui no cesto guardar,

adivinhem meus amigos,

quem estava a me esperar?

Podem crer que é verdade,

falo com sinceridade,

era um urso polar.”

“O bicho era todo branco,

tinha enorme estatura,

eu fiquei paralisado,

vendo aquela criatura,

eu até tentei correr,

e na mata me esconder,

mas fiquei de perna dura.”

“Eu só consegui gritar,

valei-me Nossa Senhora,

pois é só quem nos socorre,

no aperto dessa hora,

o bicho olhou pra mim,

entendeu que era o fim,

deu adeus e foi embora.”

Então o caminhoneiro

Começou logo a falar

“É uma grande coincidência,

o que aqui vou lhes contar,

o que lhes aconteceu,

no final me envolveu,

vocês podem acreditar.”

‘Vinha rodando na estrada,

era um final de tarde,

quando ouvi um alvoroço,

muito grito, muito alarde,

era uns gritos diferentes,

não era grito de gente,

a lembrança ainda arde.”

“Baixei a velocidade,

para ver o que havia,

mal podia acreditar,

no sucesso que eu via,

era o tal urso polar,

com o queixada a brigar,

no meio da rodovia.”

“Quando o queixada pulava,

levanta o facão,

o urso se esquivava,

e bolavam pelo chão,

foi então que eu resolvi,

na peleja me meti,

e acabei com a confusão.”

“Apertando na buzina,

causei-lhes grande espanto,

o queixada deu um peido,

o facão saiu do canto,

os bichos foram correndo,

lá na mata se escondendo,

é verdade, eu garanto.”