U CANTU DA VIOLA PRA MATÁ A SODÁDI


 
Ai, qui sodadi eu sintu
cuãno penso, mi derretu,
di pensá qui tá istintu
u nossu antigu sestetu.
Era um poçu di aligria
cordelanu todo dia,
misturanu os versetu...
 
Cumpádi Airam, u rocêru,
Mana, Mirah i Pedrim.
Catulu, bão cumpanhêru,
i um monti di padrim.
Ispaiáva nossus cantu
pur todu essi recantu,
uma aligria sem fim!
 
Mai tudu qui é bão termina
- nada dura etrenamenti.
Nossa vida detremina
u qui é feitu da genti.
Cada um segui um caminhu
a genti fica suzinhu,
-o futuro segui im frenti.
 
Tem vêiz qui abru a jinela,
para apriciá a lua
mandu recado pur ela
i a sodadi atenua.
Um dia nóis vai vortá
a di novo cordelá
pois u amô num recua!
 
Passu a mão na viola
pra intuá u’a moda.
Essa ozênça isola,
mi faiz már i incomoda.
Fico oiânu o sór nascê,
a isperança acendê,
módi vencê essa roda!
 
 
(Milla Pereira)



 
Interagindo com minha mana
Hull de La Fuente
em seu texto
"CORDÉIS EM PEDAÇOS II" 

http://www.recantodasletras.com.br/cordel/3606544

 
 
Dedicado a todos os poetas cordelistas (ou não)
deste Recanto das Letras.

Peço desculpas aos amigos por não estar retribuindo,
à altura, o carinho recebido diariamente,

devido as minhas condições físicas,
depois da queda sofrida semana passada.
Assim, vou passando, em doses homeopáticas,
até que as coisas se normalizem.

Ótima quinta-feira a todos!
Beijos
 
(Milla)
 




Minha amada mana Hull
chegô i trôssi us versu
muitio imossionanti pur dimais!
Brigadim, mana, seu cunviti tá aceitadu.
Meu bração carinhosu procê.

 
(Milla)

 

CUÂNO EU ISCUITO A VIOLA

 
Quanu eu iscuitu a viola
cum seu trinadu pungenti
cá dentru du peitio assola
sodadi di tanta genti.
Dus zóio iscorri u prantu,
sofru cuma si u quebrantu
mi dexassi indolenti.
 
Foi um tempu tão bunitu
qui vivemu im armunia
ninguém vivia afritu
modi tinha cumpanhia.
Mais tudu issu acabo
só cum nóis duas resto
as lembrança da aligria.
 
Eu ti cunvido, maninha,
quano quisé cordelá
acordi dimenhazinha
pru seus versu iscrivinhá.
Adispois ocê mi avisa
pur imei ô pela brisa
pra juntas nóis duetá.
 
Maninha quirida,
eu estou sempre disposta a cordelar,
quando você quiser é só me comunicar.
Abraços e melhoras.


(Hull de La Fuente)






Recebendo, nesta página,
a poeta e amiga Ivany.
Obrigada, querida.
Sua presença é sempre bem vinda!
Beijos

 
(Milla)



12/04/2012 08:24 - Ivany Fulini Sversuti
 
Querida cumadi Milla
Bem disse ocê cum razão,
Tudo que é bão, dura poco,
E quandu qui se acaba,
Fica chorano o coração...
 
Mais as lembraça num morre,
E memo qui as lágrima iscorri,
As lembrança, num iscorre não!
 
Beijo de bom dia e desejo que fique logo boa!
 


 


CUMPÁDI AIRAM ISCUITOU O SOM DA VIOLA
E ARRESPONDEU O CORDÉ
 
 
O som qui vêi de acolá
Quano a viola argúem tocô
Em meus zuvido ecuô
Quano a noite troxi o luá
Tonce o som vêi min avisá
Qui vai vortá as aligria
Qui vai cabá as nostalgia
Despois qui o som apariceu
È qui o sexteto num morreu
Ele só ta cum catalepsia.
 
 
Só arrestô dois componente
Qui nun quizéro vê o fim
Num fizéro iguá a min
Pois axô cunviniente
Em mostrá pra toda gente
Qui nun é o fim da porfia
Qui vai vortá a quarqué dia
Pra ficá no mermo apogeu
É qui o sexteto num morreu
Ele só ta cum catalepsia.
 
 
Ficô as duas na portêra
Veno todos se debandá
Inda bem qui elas de lá
Num pinduraro a xutêra
A Hull e a Milla Perera
Duas cumpanhêra maravia
As rainha das puizia
Num fizéro quinén qui eu
É qui o sexteto num morreu
Ele só tá cum catalepsia.
 
 
Foi percizo som de viola
Pra da um tapa na sodade
Nóis vivia na filicidade
Cum todos bem da caxóla
U’a coisa inda consola
É sabê qui ni Brazia
Minha cumade min dizia
Dos modo qui nóis procedeu
É qui o sexteto num morreu
Ele só ta cum catalepsia.
 
 
A quarqué hora e instante
O sexteto vai se reerguê
E todo o recanto vai vê
A nossa vorta triunfante
E cum surrizo radiante
Lembraremo das aligria
De quando os verso nóis fazia
Pruquê todos dizapariceu?
É qui o sexteto num morreu
Ele só ta cum catalepsia.
 
 
Iscuita bem o qui eu digo
Falo inté em premunição
Alembro a prosa no barcão
Lá dento do bar do Rodrigo
A gente todos era amigo
E nóis todos unidos vivia
Falo travêis em proficia
Qui nóis num dizapariceu
É qui o sexteto num morreu
Ele só ta cum catalepsia.
 
 
Catalepsia é uma duença
Qui nun vai a morte totarmente
O coração bate lentamente
Dexano na cunvalecença
O corpo só pede clemença
Veno o coração nessa agunia
Mais aos pôco ele se reagia
É como qui nóis acunticeu!
É qui o sexteto num morreu
Ele só ta cum catalepsia.

(Airam Ribeiro)




Cumpádi, cuanta aligria,
é ti vê aqui di novo.
Acaba a melanculia
e dá ânimo pru povo.
Farta Catulo i Pedrim
Mais essis ninguém mais acha
Devi tá iscundidim
massadu qui nem bulacha.
Ou no buteco do Amin
tumânu uma cachaça.

(Milla Pereira)

 
 
 
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