SINA SERTANEJA

Partiu asa branca

Dizia gonzagão

No lindo Baião

Outrora cantado

Meu sertão torrado

O sol lhe devora

Por água Implora

Que povo sofrido

Tá tudo perdido

A fauna e a flora

Seca o juazeiro

Morre a oitiçica

Angico esturrica

Pasto apodreceu

O que aconteceu?

O povo lamenta

A sede aumenta

No nosso sertão

Água do porão

É pouco e barrenta

Quem vive da roça

Sem ter instrução

Merece atenção

Por certo dobrada

No mundo sem nada

Só em Deus confia

Sofre noite e dia

O sol não perdoa

Asa Branca avoa

E seca anuncia

Palma forrageira

Alimenta o gado

Mal alimentado

Aos poucos definha!

Sol baixo à tardinha

Vermelho poente

O sol inclemente

De longe dá medo

Só causa degredo

Espantando a gente

Sem medo da seca

Bravo Sertanejo

Espera um lampejo

No topo da serra

Não larga essa terra

É bravo, é forte!

Duelo de morte

Sina sertaneja

Vive na peleja

Nas terra do norte

Poeta de Branco
Enviado por Poeta de Branco em 02/06/2012
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