C 17 - OS FILHOTES DE GAVIÃO -

01 Nas velhas cenas no tempo

A tela ia mostrando

Os caminhos que eu passava

Quando ia avançando

Sempre sem ter destino,

Sem ideal e sem plano!

02 Assisti acontecimentos

Que eu não mais me lembrava

Ocorridos num percurso

Da estrada que eu andava

Quando subi numa árvore

Pra fugir de vaca brava

03 Porém do alto, num galho

Tive bela contemplação

Bem ali, perto de mim

Um ninho de gavião

Com três tenros filhotinhos

A espera de alimentação,

04 Talvez pelo movimento

Que eu fizera ao me arribar

Os filhotinhos pensaram

Que era a mãe a chegar

Grasnaram com alegria

Pois iriam se alimentar

05 Entretanto ali sofri

Um outro tipo de ação

Já não era vaca brava

Me deixando em confusão

Porém uma ave, a fim

De aos filhos dar proteção.

06 Tive que descer depressa

Para fugir daquela quenga

Mas quase que fui ferido

No cursar daquela arenga

Com filhotes de gavião

Assistindo a encrenca!

07 Me distanciei da árvore

Enfim a noite desceu

Mas ao seguir no caminho

Uma sombra apareceu

Tirando o clarão da lua

Tudo em volta escureceu.

08 Quando olhei para o alto

Vi uma nuvem gigante

Fora ela que ocultara

A lua naquele instante

E pra melhor contemplação

Subi no alto de um monte!

09 Fiz então uma parada

Para por minha atenção

Já que da nuvem saía

Uma espécie de canção

Cujas palavras diziam

Que eu perdera a razão:

10 Parecia uma censura

Sobre meu viver na terra,

Como não tendo equilíbrio

Combatendo sem ter guerra

O fruto era o fracasso

Que só andarilho encerra

11 Eu muito me impressionei

Com o som vindo das alturas

Enfim fui dando meus passos

Fazendo conjecturas

Por que será que o destino

Me levava às desventuras?

12 Mas eu jamais aceitara

Os conselhos a mim dados

Entretanto a visão na tela

Me deixava encabulado

Entrava em meu pensamento

Um ideal renovado!