AMOR PROIBIDO

Vou contar pra vocês
o ocorrido comigo
por um golpe desse destino
fui preso na armadilha
de um amor proibido

Era noite alta na serra
vesti minha roupa de festa
e no meu cavalo mais belo
fui eu pra Cidade vizinha
encontrar minha donzela

Chegando lá no casarão
o meu sogro não estava
mas deu a incumbência
de minha sogra vigiar
a filha comigo namorar

E na sala de estar
sobre os olhares compridos
da minha sogra Caxias
eu fiquei a prosear
com ela a nos atentar

As horas já iam altas
minha sogra sempre pronta
lá estava a me agradar
trouxe-me um bolo gostoso
com uma caneca de chá

Não é que nessa hora
a luz se foi embora
ficamos na escuridão
tudo um breu
nada se via

E por aqueles lados
quando a luz faltava na noite
só voltava no outro dia
com isso não pensei duas vezes
eu resolvi investir

E eu de imediato
a sogra eu resolvi dar uma volta
já que nada ela veria
quis minha amada beijar
logo ela eu fui buscar

Corri até lhe achar
derrubando até a bandeja
que a minha sogra trazia
foi aquele estardalhaço
mesmo assim não desisti

Peguei minha amada num abraço
e aquele sonhado beijo
que eu nunca podia dar
eu com a boca sedenta
na dela fui saciar

E foi um beijo quente
foi mais que delicioso
beijei-a muito beijei
e não é que a danada
sabia beijar gostoso

E a luz que não voltava
e nossas bocas coladas
e ela não me soltava
e eu fui ficando ousado
o desejo me cegou

E o seu corpo gostoso
eu fui aos pouco tocando
e num desvario louco
ao desejo me entregando
sobre a luz do coração

E nada da luz voltar
ninguém na sala falava
achei que a sogra não estava
e voltei a beijar agora
outras parte da minha amada

E ela ofegante respirava
me tocava e nada falava
e eu esqueci do mundo
já que a luz nos faltava
deixa essa luz nos guiar

E assim ficamos nós
não precisamos de voz
ela me levou adiante
e eu segui ofegante
não é que me levou para quarto

Que menina doida essa
acabou sendo eu envolvido
nesse seu corpo ardente
dominado pelo desejo
se entregou sem pensar

E ela fechou a porta
nada havia a atrapalhar
e aquele corpinho lindo
eu despi mesmo sem olhar
que deliciar lhe tocar

E ela se entregou
e eu louco me deixei
foram tantos beijos loucos
passeei sobre teu corpo
saciei a minha sede

E todas as fantasias
eu a elas me entreguei
o silêncio era profundo
só sussurros de prazer
deleitei-me em tanto estase

Depois que tudo se fez
eu já recompondo as vestes
uma voz doce me fala
Amor como eu te esperei
eu sempre quis foi você

E um susto então levei
esse amor tão gostoso
que eu acabara de fazer
não foi com a namorada
eu trocara de buquê

Quem estava ali comigo
e encantara o meu viver
foi aquela senhora pacata
que sempre estava na sala
com os olhos a me olhar

Ela disse para mim
em pranto e já chorando
que nunca fez um amor assim
que se entregara pra mim
porque morria de amores

Que sua vida sofrida
era só casa e comida
e quando me conheceu
pelas mãos de sua filha
sentiu logo amor por mim

Mas sabia que a vida
nunca iria permitir
e a fatalidade fez nossas vidas unir
e ela se entregou
não conseguiu resistir

E eu afagando-lhe os cabelos
beijei-lhe agora a boca
num beijo doce e sem fim
queria ficar ali
o amor nasceu em mim

Então nós ficamos alerta
onde andaria sua filha
que nada havia falado
e muitas horas passara
resolvemos procurá-la

E quando chegamos a sala
sobre a luz de uma vela
lá estava ela adormecida
num cantinho do sofá
num sono muito sereno

Então abriu seus olhinhos
fitando a sua mãe
ela falou bem mansinho
Minha mãe eu sempre soube
desse amor que tens por ele

Por isso a bandeja peguei
quando ele me tocou
e eu dele me esquivei
porque a ele não amo
e sei do seu amor por ele

Eu também minha mãezinha
a outro moço estou amando
só persistia o namoro
porque faz gosto meu pai
as famílias se juntarem

Por isso você não precisa
se sentir envergonhada
eu sei que você casou
também para unir herança
que foi ordem do seu pai

Minha mãe minha mãezinha
eu não quero essa vida
quero ser livre na vida
ir ao encontro do meu amor
e com ele me casar

E eu ouvindo isso tudo
a testa da mocinha beijei
já me sentia seu pai
qerendo a ela ajudar
e seu sonho realizar

Então resolvi no ato
minha sogra eu roubar
e mandei ela arrumar
suas roupas na sacola
pra comigo cavalgar

E sobre o meu cavalo
coloquei a minha amada
e seguir pelo mundo à fora
juntei todos os meus bens
pra viver só nosso bem

E aquela moça pacata
transformou-se numa fera
nunca tive mulher assim
se não for com minha sogra
com mais ninguém quero não

Por isso te falo amigo
nunca mude seu destino
e melhor se entregar
pra depois vê no que dá
sempre vale a pena amar
Glorinha Gaivota
Enviado por Glorinha Gaivota em 14/02/2007
Reeditado em 21/10/2007
Código do texto: T381252
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