A Montanha de flores!

Esquecida na montanha

Uma flor continuou

Tinha beleza tamanha

Que não se preocupou

Nunca viu a artimanha

Que o sol lhe preparou.

Essa flor interessante

Muitas vezes reclamou

Do seu passado brilhante

Quando uma casa enfeitou

E que hoje está distante

Porque dela se afastou.

Era uma casa sombria

Sem calor e sem afeto

Nela não tinha alegria

Só pensamento abjeto

Assistia todo dia

Ofensas ao desafeto.

Eis eu numa bela tarde

Uma dama apareceu

Morava no arrabalde

Num castelo que era seu

Trazia terra num balde

E à flor ofereceu.

Ao pôr a terra na flor

Is regando o canteiro

Era tempo de calor

O sol ardia ligeiro

Só um bom trabalhador

Faria o trabalho inteiro.

Mas a dama era sadia

Gostava de trabalhar

Ensinava à companhia

Como uma flor plantar

Do seu sorriso fazia

Uma luz sempre a brilhar.

À medida que crescia

A flor ficava mais bela

Espalhava todo dia

A semente que era dela

O jardim assim floria

Com uma flor amarela.

Novas flores la surgiram

Enfeitando a madrugada

Muitas nunca se abriram

Por não serem perfumadas

Outras logo sucumbiram

Por ficar despetaladas.

A dama com um ancinho

Is preparando o chão

Recebia do vizinho

Flores de outra região

Quando recebia espinhos

Ele dobrava atenção.

As sementes maduravam

E caíam no jardim

Muitas delas germinavam

Novas plantas eram assim

E também se espalhavam

Pras flores não terem fim.

Novas flores se formavam

O jardim ia crescendo

Os beija-flores gostavam

Abelhas o mel fazendo

Todos se acostumavam

A jogar flores ao vento.

A montanha floresceu

Virou um jardim imenso

A dama se convenceu

Que ali faltava senso

E um bom conselho deu

Pra se buscar consenso.

Ela disse ao estradeiro

Que semente é coisa assim

Faz de nos ser o primeiro

Se estivermos a fim

O andante jardineiro

Que transporta o seu jardim.

Disse ao mestre da igreja

Que a flor ali plantada

É o que a semente almeja

Depois que for cultivada

Ela conhece a peleja

De viver abandonada.

Um velho logo chegou

Para ouvir o tal conselho

Dela se aproximou

E dobrou o seu joelho

Ele então o abençoou

E ouviu o seu apelo.

Aquele velho pediu

Para cuidar do jardim

A montanha que ele viu

Era um jardim sem fim

Via agora o que ouviu

Da voz que dizia assim:

A montanha que tu vês

Com as flores que apanha

Dele já virei freguês

Pela beleza tamanha

Nele ouvi mais de uma vez

A voz daquela bela dama

Renato Lima & Mayra Sissa

Mayra sissa, Renato Lima e Mayra Sissa
Enviado por Mayra sissa em 26/08/2012
Reeditado em 26/08/2012
Código do texto: T3850618
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