NOS RASTROS DO CORDEL

NOS RASTROS DO CORDEL

(Falta aqui o vocabulário regional nordestino)

Essa vida é cruel, quase impossível.

Quanta coisa se quer e não se tem.

Mas é bom não dever nada a ninguém,

pois cobrança na porta é coisa horrível.

Entretanto, tem gente que, insensível,

não se importa se tem ou não dinheiro,

mas consegue usar bem o travesseiro,

vendo alguém que ficou sacrificado.

É melhor ser um pobre abençoado,

que ser rico e cair lá no braseiro.

Carro novo na porta do bacana,

a cerveja rolando no churrasco

e a conta bancária no penhasco.

Lá no bar ele ri e ainda se ufana...

É um filho da mãe, um bom sacana,

que só pensa em calote o tempo inteiro.

Pra dar golpe, nem pisca, é bem ligeiro

e parece que já nasceu safado.

É melhor ser um pobre abençoado,

que ser rico e cair lá no braseiro.

Tem aquele que vive de jatinho,

viajando pra nossa capital.

Conversado, diz sempre: -Eu sou legal!

Se você me ajudar só um pouquinho,

terá sempre um amigo em seu caminho!

Tem fortuna guardada no estrangeiro,

entretanto, é pilantra, caloteiro.

Nesse caso eu lhe mando o meu recado:

é melhor ser um pobre abençoado,

Que ser rico e cair lá no brasileiro.

Gilson Faustino Maia

Gilson Faustino Maia
Enviado por Gilson Faustino Maia em 01/10/2012
Código do texto: T3911328
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.