NOS RASTROS DO CORDEL
NOS RASTROS DO CORDEL
(Falta aqui o vocabulário regional nordestino)
Essa vida é cruel, quase impossível.
Quanta coisa se quer e não se tem.
Mas é bom não dever nada a ninguém,
pois cobrança na porta é coisa horrível.
Entretanto, tem gente que, insensível,
não se importa se tem ou não dinheiro,
mas consegue usar bem o travesseiro,
vendo alguém que ficou sacrificado.
É melhor ser um pobre abençoado,
que ser rico e cair lá no braseiro.
Carro novo na porta do bacana,
a cerveja rolando no churrasco
e a conta bancária no penhasco.
Lá no bar ele ri e ainda se ufana...
É um filho da mãe, um bom sacana,
que só pensa em calote o tempo inteiro.
Pra dar golpe, nem pisca, é bem ligeiro
e parece que já nasceu safado.
É melhor ser um pobre abençoado,
que ser rico e cair lá no braseiro.
Tem aquele que vive de jatinho,
viajando pra nossa capital.
Conversado, diz sempre: -Eu sou legal!
Se você me ajudar só um pouquinho,
terá sempre um amigo em seu caminho!
Tem fortuna guardada no estrangeiro,
entretanto, é pilantra, caloteiro.
Nesse caso eu lhe mando o meu recado:
é melhor ser um pobre abençoado,
Que ser rico e cair lá no brasileiro.
Gilson Faustino Maia