TROVÃO DO NORDESTE

Saí para campear o gado

Era tarde quase escuro

Ouvi um estrondo ao lado

Uma faísca e um barulho

Um clarão avermelhado

Só de medo fiquei mudo

A bola queimando o galho

Consumindo quase tudo.

Com o susto do cavalo

Fui arremessado ao chão

Foi fogo pra todo lado

Consumindo a escuridão

O bicho tava enganchado

Rosnando feito um leão

E na moita emaranhado

Era o filho de um trovão.

Não encontrei meu alazão

Com certeza se mandou

O fogo queimou suas mãos

O meu rosto sapecou

O bicho que ali rosnou

Só quem viu nos dá razão

A bola que ali bradou

Era o filho de um trovão.

Chovia forte lá na serra

Tempestade e confusão

Gente acendendo velas

De joelhos com o cordão

O bode e a cabra berram

Lá no meio do saguão

Estrondando feito guerra

Era o filho de um trovão.

fcemourao
Enviado por fcemourao em 12/11/2012
Código do texto: T3982110
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