Ô, MARDIÇÃO!
 
 
Ieu num mi assustei
cum u causu assustadô.
Mai muito feliz fiquei
E quaiz qui chorei, dotô.
Mi interneci co’a minina
das banda de Xavantina
a istória qui ocê contô.
 
Aqueli ovo qui saiu
Pelo nariz da minina.
Pur onde entrô, ninguém viu,
Essa istória mi azucrina.
Convocáru cientista,
Dotores, inté artista,
Porém ninguém discubriu!
 
Arguns disseru que era
Coisa do demo mardito.
Mardição da besta fera
Ô um feitiçu isquisito.
Uns opens aqui é má sorti
A peste do Rio das Morti
Das banda di Xavantina!
 
 
(Milla Pereira)
 

Interagindo com minha mana Hull e seu
 "Causu Assustadô"

http://www.recantodasletras.com.br/cordel/4058238
Obrigada, maninha, por inspirar-me.
Beijos, Milla


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BRIGADIM, CUMÁDI HULL E CUMPÁDI JACÓ FÍO
 
Cumádi Hull e Jacó Fio
viéru dá u parecê
do tár ovo qui saiu
pur onde ninguém si vê.
Diz qui foi pelo nariz
issu é u qui u povo diz
pra módi a gente crê.
 
(Milla)

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31/01/2013 14:20 - Hull de La Fuente
 
Vorti lá e lê di nôvo
Cê vai vê quela inguliu
o bendito do tar ovo
qui pelas venta saiu.
Inda pensu na minina
qui vevi in Xavantina
u filhu dum boto pariu.
 
Nas noiti di lua cheia
prus ladu du Rio das Morti
dizem qui pur vorta e meia
a minina dá pinoti.
In delíriu di locura
U botu ela percura
mais ainda nun deu sorti.
 
U tar boto incantado
qui nu rio siscondeu
pareci qui é u namorado
das muié qui cunheceu
inté gravô um cedê
ocê devi cunhecê,
diz:-"esse cara sô eu"...
 
*Beijos, estou na luta contra
o tempo e a enfermidade*

 
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31/01/2013 17:31 - Jacó Filho
 

Essa istora num é nova,
O disinfiliz que contou,
Hoje tá cum pé na cova...
Se foi o galo qui butou,
E a galinha deita e rola,
Da menina se aproveitou,
E no nariz, o ovo cola...
 
Parabéns!
E que Deus nos abençoe e nos ilumine...
Sempre...


(¸.•´*(¸.•´*(.¸. •*(¸.•´

 

Cumpádi Airam Ribeiro
dexô sua versão da istória,
lá nu meu Fassibuque.
Brigadim, cumpádi.
Vosmicê mi honrô cum seis verso.
Beijos da cumádi Milla



 
NO DIA QUE TIREI UZOVO DE PEDERNÊRA
(Airam Ribeiro)

No dia qui castrei Pedernêra
Saí dipréça correno
Pra atendê seu recado
Quando li a sua trova
Já fiquei discunfiado

De um cabra qui aqui xegô
E uma donzela deflorô
Fui cunhecê o safado.

Já tava no mato iscondeno
Quando eu xeguei pur dirtráis
Cum as corda fui amarrano
Aquele safado rapaiz
Despois dele amarrado
Fiz de um ômi inraivado
Infrentei o capátaiz.

Preguntei intão ocê
Vei da mata du fundão
Dizonrô dona Rozinha
Muié de bom coração
Ocê é um disgraçado
Inté um pobri coitiado
Qui naçeu sem coração.

Viu seu Perdenêra
Tem um prêmio pra quem li castrá!
Já qui tu ta marrado
Seus cunhão eu vô tirá
Pois aqui na Bahia
Safado num tem aligria
Cê deu azá di vim cá.

Ocê ta mutio falado
Pur êci Brazí brazilêro
Foi néça úrtima cidade
Qui ocê xegô intero
Pode rezá pra sua santinha
Inquanto afio a faquinha
Na peda do piquizêro.

O ômi suava tanto
Gritava pur nosso Sinhô
Num tira meus ovo não
Min faiz este favô!
Quando tu tava lá no canto
Dexano as moça in pranto
Disso cê num alembrô.

Cumeçei cortá os ovo
Cum aquela faquinha gróça
Cada taio qui eu dava
Alembrava da carroça
E do cavalo qui eu ia ganhá
Já cumeçava a soinhá
Cum as lavôra la da róça.

Tu inda força as donzela?
Ancim eu li preguntava
Inquanto um dus ovo
Na minha mão já cigurava
O outro cumecei cortá
Quando vi eli xorá
Mais niuma lágrima rolava.

Cortei o outro ovu
Qui a capanga ficô vazia
Agora nóis temo um cazu
Cê vai sintí agunia
Agora vô cortá seu pinto
Nium remorço eu sinto
Só lembrano das pobri famia.

Inconto tô custurano
Éça capanga de ocê
Vô botá sá e pementa
Só pra vê ocê gemê
E Perdenêra os dente rangia
Inquanto os butão da braguia
Eu cortava pras carça deçê.

Foi a ora de cortá o pinto
Cum uma giletinha amolada.
Quando dei o premêro corti
Só vi sangui da guinxada
No segundo taio intão
A curnixa caiu nu xão
Fico Perdenêra sem nada.

E pra frente da paióça
Lá no istado de Goiáis.
Intreguei aquele safado
Qui martratô muitios pais
Intreguei os ovos cortado
E trouxi pro meu istado
As nutíças pros jornais.

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