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DESAFIO DE CORDEL COM TIAGO DUARTE

Edilson
Eu queria, se pudesse, ir a Marte
Logo após pousaria em Plutão
De lá mesmo voltaria a Jalapão
Pra mostrar para todos minha arte
E aqui me aparece o T. Duarte
Planejando me vencer neste cordel
Pois bem, digo que abaixo desse céu
Desconheço um cabra que tenha feito
Rima boa faço até quando me deito
Nesta arte sou um grande menestrel.

Tiago
O meu grande desejo é ir à lua
Pra andar no cavalo de são jorge
Eu já sei que de lá ele não foge
Esse cavalo só cavalga pela rua
Essa é uma verdade nua e crua
Nunca porém eu desejei ir ao sol
Me propôs um desafio E. biol
E aqui eu estou pronto pra pegá-lo
Será a galinha e eu serei o galo
Eu vou ferrá-la em cima dum paiol.

Edilson
Para o sol eu já me cansei de ir
Já estou até com o rosto queimado
Lá eu já cantei cordel embolado
E agora quero ficar por aqui
Já bati no capeta e no saci
Pobrezinha essa tal de rima sua
Vai sair como uma bicha nua
Sacodindo, rebolando, toda mole
Vê se diz algo concreto, não enrole
Té parece que tá no mundo da lua!!

Tiago
Catucaste o cão com vara curta
Tu vais vê como é que um homem faz
Pensas que estás com todo cartaz
Pare agora e vê se me escuta
Eu jamais vou fugir de uma luta
Sou baixinho, mas de ninguém não corro
Estarás já já pedindo socorro
Não deixarei ninguém te acudir
Num buraco profundo vais cair
Eu já sei que és mole pra cachorro.

Edilson
Minha arte é maior que teu tamanho
Já passei uns cem anos cordelando
E assim, sei onde vou cutucando
To tranqüilo, to no foco, não me acanho
E hoje sei, certeza que não apanho
E melhor tu achar quem te carregue
Antes que tua cara eu mesmo esfregue
Na parede, depois te jogue no chão
Vá pegando sua mula e seu gibão
Seu nanico, toco de amarrar jegue!

Tiago
O pau quanto maior, maior o baque
Eu não sei se tu sabes esse dito
O teu baque vai ser muito 'bonito'
No cordel sou um verdadeiro craque
Mas você é um fumador de crack
Onde tu estudaste fui expulso
O teu melhor amigo é um urso
Todo mundo já sabe quem tu és
Saiba você que eu vou dá de dez
Vê se você melhora num bom curso.

Edilson
Eu já fiz farinha virar mandioca
E que cuscuz retornasse a ser milho
Eu fiz beiju ter a forma de polvilho
Amendoim, o que um dia foi paçoca
Fiz virar milho aquilo que era pipoca
Em uma fava, o que era cera virou mel
Eu fiz major voltar a ser coronel
Mas de repente me vejo nessa cilada
Não houve jeito, não há como fazer nada
Dos teus rabiscos não faço virar cordel.

Tiago
Sem olhar eu dou nó em pingo d'água
Dou um laço porém ninguém desata
Tomo banho na mais alta cascata
Com meus versos eu curo minha mágoa
Sou um rio em que no mar deságua
Eu pergunto: quem é esse Biol?
Eu não sei se é bom no futebol
Mas no verso ele'é ruim pra caramba
Vou botá-lo numa roda de samba
E forçá-lo arrancar toco no sol.

Edilson
Fiz mais gols do que um tal de Rei Pelé
Ensinei futebol para Garricha
E Tiago quando joga o pé incha
Até parece viciado em tomar mé
Quando eu jogo a torcida faz olé
Todo mundo canta e grita meu nome
No cordel sou cantador de renome
Com meus versos dei aulas à Zé Limeira
Para mim você nem fede e nem cheira
Na verdade não sei se você é homem!

Tiago
O Edilson Biol pensa que sabe
Parece'até que meus cordéis nunca ler
Lendo mais ele um dia possa ser
Que aprenda antes que'eu lhe acabe
Até o meu sobrinho Eliabe
Sei que ganha do pobre do coitado
Todos verão no final o resultado
Do Biol já estou até com pena
Ficará como'um galo sem as penas
Como é feio um galo depenado!

Edilson
Sei de coisas que você nem imagina
Meus cordéis são verdadeiras lições
Para a crítica eles valem cem milhões
E os leigos os chamam de papa-fina
Já você, quando canta desafina
Até parece martelo batendo em flande
Fique quieto, só fale quando eu te mande!
Ou a coisa ficará muito mais feia
Todo mundo já caçoa desta peia
Faz vergonha pra tua Campina Grande.

Tiago
Tu não sabes fazer um bom Haikais
Bom cordel tu pelejas pra fazer
Se tu queres comigo aprender
Eu garanto não vou cobrar demais
E tu vais saber como é que faz
Boa prosa, também um bom soneto
Também vou ensinar fazer terceto
Pra marcamos um outro desafio
Porque esse eu vou ganhar mil
Virarás um churrasco no espeto.

Edilson
Realmente, o meu forte é o cordel
Nessa arte sou formado, sou doutor,
Eu perder? Contra tu? Faça o favor...
Preu compor é só me mandar papel
A caneta, um lápis, ou um pincel
Meu amigo, aqui a parada é dura
Se você não responder à altura
Tudo bem, muda a categoria
Vou mostra-lhe minha sabedoria
Pois sou mestre em qualquer literatura.

Tiago
Pra prosar temos que ter bom talento
E é isso Biol o que não tens
Seja humilde me dê os parabéns
Lê teus textos eu não mais aguento
Os teus textos não é nem 10%
Do valor que tem os textos meus
Jogue fora todos os textos teus
E comece a fazer textos que preste
Pois os teus é pior do que a peste
És pior dos piores dos plebeus.

Edilson
Meus cordéis não tem preço nem em ouro
Não existe ninguém que possa pagar
Nem se o Eike se juntasse à Beira_Mar
E me dessem todinho o seu tesouro
Já os seus não vale o que o besouro
Rola Bosta em sua costas carrega
Tu compondo parece que não enxerga
Ou então desconhece o alfabeto
O melhor que tu faz é ficar quieto
Baixe a bola, se controle, seu pai dӎgua!

Tiago
O Biol Demonstrou que é um grosso
Meus cordéis cada dia se expande
Sou orgulho em Campina Grande
Ele é decepção em Mato Grosso
Vou botá-lo em um profundo poço
Pra'aprender respeitar bom cordelista
É Edilson o último da lista
Todavia eu sou sempre'o primeiro
É igual a galo cego no terreiro
Ele luta porém nada conquista.

Edilson
O Duarte de arte nada entende
Dependendo do cordel vai passar fome
Junte sua mala e cuia e daqui some,
Tua presença aqui só me ofende
Vá à esquina, se ofereça e se vende
Ou então passe o boné pedindo esmola
Só não gaste tudinho pra cheirar cola
Se acaso alguém lhe der algum dinheiro
Pois até a fama de maconheiro
Tu carrega desde o tempo de escola.

Tiago
Sempre quando a pessoa tá perdendo
De nervoso diz muito desaforo
O Edilson Biol caiu no choro
A derrota já tá reconhecendo
Todo mundo já está percebendo
Que Biol quer fugir quer dá o fora
Mas eu digo ainda não é hora
Vou agora pisar no seu pescoço
E depois eu vou deixá-lo no osso
Pra dá uma boa pisa de tora.


Edilson
T. Duarte, bom demais cantar contigo
Eu estou bastante orgulhoso
Tu mostraste ser poeta generoso
Aceitando cordelar junto comigo
Grande homem nas letras, grande amigo
Tô aqui, a tua disposição
Sempre que quiser uma distração
Voltaremos para o nosso desafio
Neste aqui você tirou nota mil
Fique em paz, boa noite, um abração!

 
Edilson Biol e Tiago Duarte
Enviado por Edilson Biol em 07/02/2013
Código do texto: T4128521
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