Contador de histórias
Contador de histórias
Conto o que sei com prazer.
Conto as estrelas do céu,
as moedas do chapéu...
O que vi acontecer,
gravei na minha memória:
as derrotas, as vitórias.
Contador, sou o primeiro,
porque quem não tem dinheiro,
vive pra contar histórias.
Conto o tempo, conto os dias,
conto segredos, mistérios,
conto tudo sem critérios;
conto a tristeza e a alegria
nas linhas da poesia.
Vivo a vida sem cautela,
olho o mundo, da janela.
Conto amor, conto a saudade,
o pecado, a santidade...
Só não conto o nome dela.
Conto o que sempre existiu,
o que nunca revelei.
Conto os sonhos que eu sonhei,
conto o que o povo não viu,
a flecha que me feriu.
Conto um viver de aparências,
suportando as consequências,
sempre apertando a fivela,
mas não conto o nome dela,
para evitar concorrências.
Gilson Faustino Maia