Angu de caroço

Cordel em homenagem a turma do "busão". Durante quatro anos de estrada indo para outra cidade todas as noites, para concluirmos nossos cursos, passamos por muitas coisas, e resolvi relatar algumas de nossas aventuras.

Esta saga teve início

No ano 2009

Quando generosamente

A pedagogia move

Esta jovem professora

Ao ensino propensora

A academia promove.

Passei no vestibular

Pra cidade de Patu

Lá no Campus avançado

Irei contar para tu

A saga em que me meti

Podes crer que muito vi

Caroço nesse angu.

E em terras potiguar

Atravessamos fronteira

Desbravando terra estranha

Levando na brincadeira

Duas horas de viagem

Ida e vinda uma miragem

Sentada numa cadeira.

E os caroços do angu

Eu não irei misturar

Contábeis e matemática

Eu não vou achincalhar

Pois eu sou educadora

E a uma professora

Não cabe se rebaixar. (rsrsrs)

Não vou entrar em detalhe

Dessa briguinha inocente

Eu quero mesmo contar

Para toda a nossa gente

O que juntos nós passamos

Pois mesmo assim brigando

Nós somos irreverentes.

Dentre muitas as histórias

Passamos por maus bocados

E as noites tenebrosas

Marcarão nossos passados

Cravados em nossas mentes

Elas se farão presentes

Como um mal assombrado.

Segundo, ouvi relatos,

(Desse tempo fiquei fora)

Mas conto com precisão

Pois foi narrado outrora

Por aqueles que viveram

Fatos que aconteceram

Vamos lá; esse é da hora!

De acordo com Cornélio

Certa noite ele estava

Ao lado de Mestre Teta

Quando na pista dançava

Fazendo mil piruetas

Girando igual borboleta

Uma roda se mostrava.

Foi aí que percebeu

E falou ao motorista:

- Mestre, e aquela roda,

Que eu vejo ali na pista

Não teria serventia

Dela não precisaria?

- Melhor fazer a revista!

É, caro leitor amigo,

É isso que está pensando.

Foi a roda do busão

Que estava se mostrando

Querendo chegar primeiro

Deixando por derradeiro

Quem estava viajando.

Mas não pense que isso foi

Pior do que outras tantas

Que passamos na estrada

Que inflamou nossas gargantas

De tanto que nós gritamos

“- Se não pulas empurramos.

Vamos, pule minha santa!”

Era o grito de Disxet

Com a coitada da Claudinha

Pois o busão nesse dia

Uma só macha ele tinha

E não podia parar

Ninguém queria ficar

Distante feito a murrinha.

Pois não é que a pobrezinha

Foi obrigada a pular

Com o busão em movimento

E a nossa pele livrar

Pois se para na estrada

Era uma légua sagrada

Pra canela esticar.

Mas Disxet pagou bem caro

E sentiu na própria pele

Pois certo dia o Mestre

Não podendo mandou ele

É de “Compadre” que falo

E Disxet deu um estalo

Mas foi num sono daqueles.

Professor, bicho que sofre,

Trabalhando adoidado

E depois de certa idade

Do sono fica aliado

Deu um cochilo e caiu

Só um gemido se ouviu

Daquele pobre coitado.

Pois nosso amigo “Compadre”

De bom gosto é que na ia

Dirigir na buraqueira

(Estrada não existia)

Foram muitos solavancos

Quem não aguentava o tranco

Para o hospital seguia.

Pois é, amigo leitor,

Foram muitas aventuras

E do tanto que é doce

Não é mole a rapadura

Inda teve um carro Besta

Esse sim foi a mulesta

Verdadeira esmagadura.

Pois em 24 vagas

Cabiam 30 alunos

Inda tendo que aturar

Em momento inoportuno

Um bocado de pinguço

Entre arroto e soluço

Feito cela de gatuno.

E podem imaginar

Pra quem de novo sobrava.

- Quem subia no caminho?

- E quem gordinha estava?

Pode crer era Claudinha

E bem de longe Sarinha

A maldizer começava.

Dizia Jussara Leite:

- E agora? Como vai?

Quem vai ceder o lugar

Quem fica de pé? Quem sai?

E bem no fim do muído

Todo mundo dolorido

Só se escutavam os ais.

Eita saga divertida

Dias difíceis demais

Se fosse narrar tudinho

Dariam páginas legais

Mas não vou me alongar

Sob risco de ficar

Prolongado por demais.

Inda teve muita coisa:

Ficar sem luz na estrada

Aguentar Jussara bêbada

Depois de levar patada

Edson tirar a jaqueta

Pra esquentar Mestre Teta

De uma chuva arretada.

Enfrentar os trombadinhas

Fingindo uma arma ter

Ver a polícia chegar

E os maladros se fuder

Ficar com cara de tacho

E aquela ruma de macho

Sem saber o que fazer.

Enfim, encerro o relato,

E quem quiser reclamar

Guarde pra próxima edição

Só não sei se vou contar

Pois não é que estou saindo!

Nunca mais eu vou dormindo

Quem vão agora zoar?

Pois é. Eu mesma “dormindo”,

Dei conta de tudo isso

Imaginem se estivesse

No meio do reboliço

Quanto eu tinha pra contar

Só pra você se ligar

Pedagogia dá nisso. (rsrsrssr)

Fran Souza
Enviado por Fran Souza em 15/03/2013
Reeditado em 30/03/2014
Código do texto: T4189790
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