A geladeira veinha

Foi uma grande alegria quando a danada chegou

Bem novinha, cheirosinha, arrumadinha, uma beleza

Era uma nova geladeira, que invadiu a cozinha

E sem pedir licença nenhuma era a nova realeza.

Já a pobe da veinha firme e forte companheira

27 anos de uso no talo e nenhuma decepção

Trabalhava com afinco, nem rangia ou faiava

Gelava tudo numa boa nem pensamento escapava.

Mas quando a novinha chegou o seu reinado acabou

E a pobe da veinha foi dada ao ilustre zelador

O novo reinado começou bem, suco, cerveja e quiabo

Peixe, carne e guaiamum

E até sorvete de jerimum ficava mesmo uma beleza.

Mas a alegria durou pouco

Com só três meses quebrou e agonia era tanta que chamou-se o zelador

Foi uma coisa bem estranha e uma eterna tristeza

Pois se pedisse a veinha de volta podia causar estranheza.

Podia ser visto como deboche ou questão de avareza

Mas o fato real, pra ser sincero e cordial

É melhor ficar com uma veinha, disso eu tenho certeza

Troço novinho é bom, mas só tem boniteza

E depois de pouco tempo demonstra logo a sua fraqueza.

A veinha é bem melhor com toda a sua eficiência

Num deixa o caba na mão

E nem mesmo na agonia

Geladeira é coisa séria

Num é pra fazer brincadeira

Num troque a sua veinha

Por outra que é só boniteza.

Ivson dos Anjos
Enviado por Ivson dos Anjos em 06/04/2013
Código do texto: T4227490
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