A CULPA É DO POVO (cordel político)

Política é coisa séria

Só o político não vê

Mas o culpado é o povo

Que nunca sabe escolher

E o político que é esperto

Cada vez chega mais perto

Tentando nos convencer

As promessas dos políticos

Tem sentido eleitoreiro

Ser eleito é a certeza

De embolsar muito dinheiro

E por tanto vão a luta

Concorrem a qualquer disputa

Brigam até com o companheiro

E depois das eleições

Com o resultado consumado

Vem as comemorações

E já nos deixa de lado

Se afasta do nosso convívio

Sente um tremendo alívio

Não quer ser incomodado

Começa a se preocupar

Com a vida daqui pra frente

Pois agora é autoridade

E tudo vai ser diferente

As promessas são esquecidas

Agora começa outra vida

Ajudar só os parentes

A parte melhor chega agora

Que é criar novos projetos

Que com certeza vão fazer

Os eleitores de objetos

Cria leis pensando nele

Projetos que favorecem ele

Pro povo ficam os protestos

Todo projeto aprovado

Tem um sentido comum

Prejudicar quem o elege

Em benefício de cada um

E é por isso que digo

Nosso País sofrido

Não vai a lugar nenhum

Um exemplo interessante

É o dá aposentadoria

Que se torna agravante

A tamanha covardia

Pois quando aposentamos

Tudo que ganhamos

Nos afasta da alegria

Pois após os trinta anos

Pagando a contribuição

Requeremos a aposentadoria

E é a maior decepção

Pois o salário é tão baixo

Que faz da gente um capacho

Jogado aí pelo chão

Vemos que não é nada daquilo

Que o governo nos faz pensar

Tudo que recebemos por mês

Mal dá pra nos sustentar

E quando a doença vem

O dinheiro que a gente tem

Não dá pro remédio comprar

Nós temos culpa sim

Pra que votar em deputados

Se eles querem em oito anos

Já estarem aposentados

Pois toda lei que aprova

Joga a gente numa cova

Só favorecem o seu lado

O exemplo que dou agora

Caro leitor amigo

Analise cuidadosamente

E verás que ele tem sentido

Pois o relato é sério

Não é preciso mistério

Pode acontecer contigo

Você é pago por uma empresa

Pra desempenhar uma função

Exerce muitas outras

Sem nenhuma gratificação

O patrão não lhe agradece

No emprego você não cresce

Nada recebe em gratidão

Já o deputado é bem pago

Pra trabalhar pra nação e o povo

Mas, quando vai ao trabalho

Ganha sempre mais que o dobro

Pra eles tudo é perfeito

Pois se acham no direito

De ganhar um salário novo

Pra fazer a constituição

Que é sua obrigação seu dever

Frequentam todas sessões

Só pra poder receber

Muitos só vão pra votar

As vezes ficam a brigar

Sem saber o que fazer

Cada sessão que frequentam

Ganham muitos e muitos reais

Por isso frequentam todas

Assim ganham cada vez mais

Pouco importa o que se fale

Pra eles só o que vale

É o que lhes satisfaz

A maioria em cada sessão

Passa o tempo a discutir

Alguns ficam a contar história

Outros vão só pra dormir

E o projeto encaminhado

Logo vai sendo aprovado

Não é preciso discutir

O trabalhador de uma empresa

Quando chega fora de hora

É logo chamado a atenção

Com ameaça de ir embora

O patrão lhe fala firme

Não aceito outro deslize

Outro atraso estará fora

Já os nobres deputados

Tem uma total regalia

Se a sessão não rende nada

É motivo pra faltar o dia

Não adianta reclamar

Pois ninguém vai voltar

Se não tiver uma fatia

Outro fator importante

É sobre o nosso empregado

O pagamos com uma parte

Do nosso mísero salário

Mas é o nosso dever

E o fazemos com prazer

Pois ele é nosso operário

Já com os parlamentares

A coisa não é assim não

Tem inúmeros assessores

Todos pagos pela nação

Não se sabe o que eles fazem

Estão sempre em viagem

E recebem um dinheirão

Suas vantagens são poucas

Que as vezes chega a dar dó

Pra não tirar do salário

Criou-se auxilio ao palitó

Pois seu dinheiro é curto

Além de ser o fruto

Ganho com seu suor

Se eu fosse contar com detalhe

Meu tempo é curto não dá

E ainda acabaria chorando

Com pena do parlamentar

Que coitados passam fome

Sem poder comprar telefone

Ganharam de brinde um celular

Se você acha que isso é absurdo

Prepare o seu coração

Eles tem hospedagem gratuita

E passagem de avião

Ainda dizem ser pobre

Mas moram em casa nobre

Que mais parece mansão

Como se não bastasse

O abuso da regalia

Tem sempre mais um auxílio

Que é o da moradia

Já que hotel não podem pagar

Apartamento não podem alugar

Isto é pura covardia

Andam sempre reclamando

E falam em alto som

Temos que aprovar logo

O novo projeto jeton

Não sei o significado

Mas pra ser logo aprovado

Pro salário deles deve ser bom

Pra se manterem soberanos

E não serem fiscalizados

Querem tirar do Supremo

O poder já conquistado

Pois assim fica melhor

Roubam o Brasil sem dó

E nunca serão julgados

É isso aí meu povo

Ainda tem muito a comentar

Mas vou parando por aqui

Se não vou me desgastar

fica um pedido de coração

Que na próxima eleição

Escolha bem em quem vai votar.

Lucio Salume
Enviado por Lucio Salume em 18/06/2013
Código do texto: T4347786
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