FORRÓ NO INFERNO

Bira um cabra ruim sem confiança

Certo dia faleceu

pro inferno ele desceu

E lá chegando achou estranho

Pois um forró sem tamanho

Comia no salão fervente

Tinha mais quenga que gente

Umas nêga boa e sem desdém

E sem contar que lá também

Era de graça a aguardente

Ai Bira se animou

Dançou, deu chero em cangote

Levou cancão nos malote

de morena ruiva e galega

Eis então que o diabo chega

E a coisa melhora mais

pois lhe falou o satanás

- Se acaso tu quiser

Pode escolher qualquer muié

E levar prum quartim lá atrás

“Eita inferno curado” pensou bira

Putero bom assim num tem

Sem gastar nenhum vintém

Vou meter foice na mata

Levou pro quarto uma mulata

Tirou sua roupa na dentada

Com as perna dela arreganhada

Ele ficou todo assustado

Pois no lugar do danado

A nêga num tinha nada

Bira correu atordoado

Pensando tá confundido

Das outras baixou os vestido

Tendo o mesmo resultado

Tudim tinha o troço tapado

E Bira doido pelo xeim ein ein

Disse ao diabo: Cabra do bem

Eu tou pior que jegue penga

Mas percebi que essas quenga

Os xibiu elas não tem

O cão disse: Homi num se reclame

Cheirasse cada avião

Num gastasse um tostão

As dança foram de graça

Do mermo jeito a cachaça

Ai fiz isso não pra ser cruel

Mas se tem xibiu esses pitéu

Como estás a reclamar

O nome desse lugar

Invés de inferno era céu

Jefferson Desouza (CORDEL)
Enviado por Jefferson Desouza (CORDEL) em 02/09/2013
Código do texto: T4462863
Classificação de conteúdo: seguro