Cordel a Campo Grande-MS: Multiplicidade de cores
No nosso dia-a-dia
vemos em Campo Grande
a prosperidade investida,
porém lá fora se brande
que aqui a onça pintada
foge e passeia galante.
Tudo aqui nesta terra
tem cheiro simples de verso.
A chuva quando molha a terra
manda dizer ao universo
que mesmo sua gente querendo
cabe a ela a hora do reverso.
O filho de Campo Grande
as árvores reverencia.
Com a brisa e com o céu,
canta, sonha e assobia.
Fala pra Deus, obrigado,
pela graça de mais um dia.
Da janela do meu quarto,
avista-se uma mangueira
temporona, dá frutinhas.
Chamam araras griteiras,
que com asas desassossegadas,
beijam a tarde faceira.
Mesmo atolada em papéis,
o sabiá me faz sinfonia,
o bem-te-vi diz que me viu,
gritou bem alto à cotovia,
que acertou com a vida,
me encobrir de alegria.
No quintal de minha casa,
o muro dita ao progresso
que fique do lado de fora,
pois no pomar não há recesso:
quando não cai acerola,
a pitanga dá em excesso.
Pra completar há churrasco,
mandioca, arroz carreteiro,
pequi com carne moída,
no domingo pantaneiro.
O tereré em roda família,
faz cunhado companheiro.
Das culturas vizinhas,
come-se arroz boliviano,
queima-se com mate,
adora cuscuz baiano.
Mexe a sopa paraguaia,
para ajudar chama o mano.
O poeta Manuel de Barros,
é pela cidade morena,
cidadão muito amado.
É nesta vasta arena,
que as palavras digladiam,
a fim de revelar o poema.
Oh! Campo Grande querida,
quero chamá-la de minha.
ser parte da sua história,
condecorar-lhe rainha.
buscar métricas e rimas,
para compor-lhe modinha.
Joísia Góes 8/10/2013