DIA - A - DIA DO PESCADOR

Quando o dia amanhece,

A luta vai começar,

De remo e cuia na mão,

O pescador vai batalhar.

Cheio de esperança,

Como acorda todo o dia,

Vai levando sua canoa,

Rumo a sua pescaria.

Chegando aquele lugar,

Cuja rede está no fundo,

As vezes é surpreendido!

Por um sentimento profundo.

Joga sua garatéia

Para a rede levantar,

Joga pra todos os lados,

Nada da rede encontrar.

Olha para o céu, diz meu Deus,

O que pode ter acontecido?

Deixei minha rede aqui,

Não poderia ter sumido.

Lhe apresenta um desespero,

Uma angústia no coração,

Chega vir lágrimas nos olhos,

Mas ele não vê solução.

Vê em seu rosto a tristeza,

O desânimo, a agonia,

Sabe que volta pra casa,

Sem o pão de cada dia.

Olha para um lado, para o outro,

Sem saber o que dizer.

Não sabe se grita ou se chora,

Que mais ele pode fazer?

Ali vai sua esperança,

Do seu ganha pão diário,

Que a sua mesa chega,

Com o suor do seu trabalho.

Procura dali, procura de lá,

Nada da rede encontrar,

O desespero é tão grande,

Que chega fazê-lo chorar.

É triste ver aquele homem,

Com tamanha aflição.

Vendo sua rede ir embora,

Sem nenhuma explicação.

Pode ter sido levada,

Pela grande força do rio,

Deixando para o pescador,

No peito um grande vazio.

Ou também pode ter sido,

Cobiça de um outro irmão.

Que por pouco, muito pouco,

Acaba de tornar-se ladrão.

Isto sempre acontece,

Nas beiradas dos rios,

Pessoas sem escrúpulos,

Enfrentando qualquer desafio.

Temos muito neste meio,

Atos de covardia,

Alguns colegas invejosos,

Corta da rede a espia.

Pouco importa se o outro,

Pode outra rede comprar,

Pra ele o que interessa,

É ver o colega penar.

Tudo pode acontecer,

Não devemos pensar besteira.

As vezes foi arrastada,

Toda cheia de sujeira.

O bom é ter fé em Deus,

E continuar a procurar,

Pois ela cheia de lixo,

Muda as vezes de lugar.

Vejam só meus amigos,

Quanta tristeza, quanta dor.

Mas isto sempre acontece,

Na vida do pescador.

Agora mudemos o rumo,

Da tristeza pra alegria,

Que é o momento melhor,

De uma boa pescaria.

Pois quando isto acontece,

Na mais pura harmonia.

O pescador fica alegre,

Todo cheio de euforia.

Com toda pressa do mundo,

Pula pra dentro do bote,

E rema em direção a bóia,

Que segura o ancorote.

Joga sua garatéia,

Pra pegar o cabo de poita,

Pois este fica amarrado,

Numa vara a traz da moita.

Arrastando a garatéia,

Bem rente ao chão,

Logo encontra a corda,

Amarrada no calão.

A partir deste momento,

Começa a rede levantar,

Na esperança de ter peixe,

Pra ele poder dispescar.

Levanta bem devagar,

Com todo cuidado do mundo,

Pois o ancorote é pesado,

E está bem lá no fundo.

Fica numa expectativa,

Pra ver o que acontece.

E trazendo a rede pra cima,

Começa fazer uma prece

Meu Deus dai-me Sua bênção,

E a Sua proteção,

Estou tirando minha rede,

Estou com muita emoção.

E quando a rede aparece,

Bem perto de sua mão,

Sua esperança floresce,

E bate forte o coração.

E logo começa ver,

Os primeiros peixes surgindo,

Sua alegria é imensa,

Logo se vê sorrindo.

Vai puxando com cautela,

Segurando bem a expia,

E cada peixe que ele vê,

É motivo de alegria.

É uma felicidade total,

De vê quanto peixe pescou.

Sua euforia é imensa,

Logo agradece ao Senhor.

Depois da rede recolhida,

E os peixes no samburá.

Arruma tudo no bote,

E de volta começa a remar.

No trajeto até em casa,

Ele começa uma cantoria,

É a maneira do pescador,

Expressar sua alegria.

E quando no porto chega,

Com o samburá cheio de pescado,

Pede ajuda a sua família,

Pois está muito cansado.

Os seus filhos vem correndo,

Atender ao seu pedido,

Quando chegaram no porto,

Ficaram surpreendidos.

Pois viram que seu Pai,

Fez uma boa pescaria,

E olhando para o Céu,

Agradecem a Virgem Maria.

Aqui termina a história,

Da vida do pescador.

Que com sucesso e glória,

Teve a bênção do Senhor.

Lucio Salume
Enviado por Lucio Salume em 31/10/2013
Código do texto: T4550214
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