Cordel Decassílablo

No trem, eu sou espremido

Pelos bancos, sou sugado

Nas ruas eu sou roubado

Pelos políticos, traído

Pelos irmãos, sou contido

Por bandido, ameaçado

Nos impostos, explorado

Pala grana, seduzido

Pela mulher, fui seguido

Pelo patrão, humilhado.

Pelo governo, excluído

Pelos filhos, sou amado

Pelo trabalho, forçado

Nos apelos, não ouvido

Já levei no pé d'ouvido

Após eu ser assaltado

No bolço, papel riscado

Rascunho de um cordel

Ladrão levou meu papel

Só meu cordel foi levado.

Numa festa, fui barrado

Do meu time, fui banido

Por maletas, iludido

Por muitos, caluniado

Por mamãe, fui confortado

No buzão, fui diluído

Só por não tomar partido

Fui partido pelo meio

Em tudo, vou botar freio

Para eu não ficar perdido.

Tiago Duarte
Enviado por Tiago Duarte em 16/02/2014
Código do texto: T4693601
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