CORDEL EU APRENDI

Aprendi fazer cordel

fiquei muito emocionada

eu fazia versos mas de

cordel não entendia nada

meu amigo Emersom

me deu as coordenadas

Fiz o meu primeiro beleza

falei dos meus avós

das suas mancadas proezas

um casal muito engraçado

daqueles de camas e mesas

porém muito bem educado

Minha avó morria de preguiça

meu avô vivia na lida

a velha era cheia de malícia

era uma mulé sem vida

Antonio era empregado

morria de trabalhar o coitado

Elvira era o seu nome

te alevanta desse cadeira

dizia triste o seu home

dá dó ver tu nessa besteira

de não viver isso me consome

qualquer dia tu morre de fome

Queria ser um anjo

pra te levar para o céu

só assim valia esse abandono

de te ver nesse escarcéu

sentada de dia e de noite

parece ser de papel

Antonio sou uma mulé doente

tu é que não entende meu sofrer

dói a cabeça os pés o dente

tem pena do meu padecer

choro sempre de tristeza

eu não tenho prazer

Pois mulé ver se morre

assim não dá pra viver

tu sofre e me aperreia

de ver tu tanto sofre

pelo menos lá na glória

alegre tu vai ser.

Gerusa Guedes
Enviado por Gerusa Guedes em 09/03/2014
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